‘Como político, Moro deixa a desejar e é uma tremenda decepção’, diz Ana Paula Henkel

Nesta quarta-feira, 7, ex-ministro criticou, pelas redes sociais, a fala do presidente Jair Bolsonaro de que a Lava Jato ‘teria acabado, porque no seu governo não existe mais corrupção’

  • Por Jovem Pan
  • 08/10/2020 20h23 - Atualizado em 08/10/2020 20h44
Jovem Pan ana-paula-henkel Ex-jogadora de vôlei e comentarista do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel

A ex-jogadora de vôlei e comentarista do programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, Ana Paula Henkel, criticou as recentes publicações do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, nas redes sociais. Nesta quarta-feira, 7, Moro criticou a fala do presidente Jair Bolsonaro de que a Lava Jato “teria acabado, porque no seu governo não existe mais corrupção”. “As tentativas de acabar com a Lava Jato representam a volta da corrupção. É o triunfo da velha política e dos esquemas que destroem o Brasil e fragilizam a economia e a democracia. Esse filme é conhecido. Valerá a pena se transformar em uma criatura do pântano pelo poder?”, escreveu o juiz. Para Ana Paula, Moro foi “muito hábil” na luta contra a corrupção, mas como político e “ativista das redes sociais”, tem “deixado muito a desejar”, e é “uma tremenda decepção”.

“Sempre bom separarmos ele [Moro] da Lava Jato. Moro é um juiz técnico, super dedicado, que mudou a cara do Brasil para a sociedade brasileira e para fora. O juiz mudou o respeito até para os investidores internacionais, e foi muito hábil em usar técnicas contra a corrupção, sufocar as artérias econômicas do crime. Mas como ministro da Justiça, e agora como esse ativista de redes sociais, tem deixado muito a desejar e é uma tremenda decepção”, afirmou a comentarista. Segundo ela, a publicação de Moro no Twitter “não contribui em nada para a maturidade política que estamos procurando na sociedade”. “É uma infantilização, uma imaturidade política”, continuou.

Ana Paula lembrou, ainda, que disse ontem “que a frase de Bolsonaro seria, com certeza, distorcida”. “A sociedade brasileira está no caminho da maturidade política, e faz parte sair dessa dicotomia, ou é lavajatista, ou odeia a Lava Jato; ou ama o presidente, ou odeia ele. Podemos concordar com as ótimas politicas liberais desse governo, mas temos discordâncias pontuais”, afirmou. Em discurso na noite de ontem, Jair Bolsonaro garantiu que não atua pelo fim da Lava Jato, mas que ele “acabou” com a força-tarefa, pois “não existe mais corrupção no governo”. “É uma satisfação dizer para essa imprensa maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava Jato, eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção nesse governo. Sei que não é virtude, é obrigação”, disse.

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