‘Não tem plano, não tem meta e não tem responsável’, afirma deputado Felipe Rigoni sobre o MEC

O deputado federal integra a Comissão Externa de Fiscalização do Ministério da Educação

  • Por Jovem Pan
  • 03/12/2019 19h49 - Atualizado em 03/12/2019 20h02
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O deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES)

O deputado federal Felipe Rigoni (PSB-ES) afirmou em entrevista ao programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, nesta terça-feira (3), que as propostas apresentadas até o momento pelo Ministério da Educação “não tem plano, não tem meta e não tem responsável”.

O parlamentar afirmou ainda que o relatório elaborado pela Comissão Externa de Fiscalização do MEC não foi apresentado ao ministro da pasta, Abraham Weintraub, por se tratar de um relatório inicial.

A afirmação rebate o que foi dito pelo ministro em entrevista a Os Pingos nos Is na última quinta (28). Na ocasião, ele afirmou que Rigoni e a deputada Tabata Amaral “não tiveram a dignidade” de apresentar o texto a ele. De acordo com Rigoni, porém, o relatório final será apresentado nesta quarta-feira (4) na Comissão.

“O relatório que saiu na imprensa não é oficial, trata-se de uma versão preliminar. O relatório será apresentado amanhã e só teremos o relatório oficial após a aprovação, aí então vamos apresentar o oficial ao ministro”, afirmou. Rigoni ainda relatou que Weintraub foi convidado para acompanhar audiência pública da comissão e os parlamentares também pediram uma visita ao gabinete do ministro, que não foi atendida, segundo ele.

“Em 22 de maio deste ano, aprovamos o primeiro requirimento na comissão e pedimos uma visita ao gabinete do ministro para apresentar a comissão, que não tivemos resposta. Numa segunda oportunidade, convidamos ele para acompanhar uma audiência pública, mas ele desmarcou a presença minutos antes.”

De acordo com o deputado, a constatação mais importante que o relatório da Comissão apresenta é falta de um planejamento estratégico para os próximos três anos do governo Jair Bolsonaro. “O que o MEC tem são planos de ação das secretarias e pouquíssimos deles tem responsáveis indicados, mas não tem planejamento tático e nem estratégico. Não há metas centrais e prioridades estabelecidas e, por consequência, tudo fica comprometido”, afirmou.

Sobre o Plano Nacional de Alfabetização (PNA), o parlamentar afirmou que não se trata de um plano, mas sim de “uma revisão bibliográfica”. O deputado também esclareceu sua relação com Jorge Paulo Lemann, que, segundo o ministro, financiava Rigoni e Tabata.

“A minha relação com Lemann já foi esclarecida mais de uma vez. Foi bolsista da Fundação Paulo Lemann enquanto cursava mestrado na Universidade de Oxford”, disse.

Reforma da Previdência e segunda instância

O deputado ainda abordou a punição do PSB após votar favoravelmente à reforma da Previdência. “O mais importante a dizer aqui é que tanto eu quanto Tabata acreditamos em políticas públicas baseadas em evidências. Se a coisa for boa, tem que aprovar, independentemente de quem envia. Essa não era a melhor reforma, mas era a possível.”

Rigoni informou que foi suspenso do PSB e saiu de todas as comissões de que fazia parte, mas entrou com processo na Justiça para manter seu mandato. “Não estamos aqui para criticar um ministro ou outro, estamos aqui para fazer o brasil andar. agora, entrei com processo para pedir meu mandato, pedir a desfiliação e continuar a minha vida parlamentar tranquilamente”, disse.

O deputado também afirmou que é favorável à prisão após condenação em segunda instância. “Eu, pessoalmente, sou a favor da prisão em segunda instância. Não faz sentido esperar quatro instâncias pra prender uma pessoa sendo que o mérito do julgamento termina na segunda instância. Quando termina o processo em segunda instancia ja se sabe se houve crime, quem cometeu e por quais motivos.”

Confira a entrevista completa:

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