Presidente da Anvisa descarta contraindicação em vacinação: ‘Uso aprovado para grupos bem definidos’

Antônio Barra Torres também afirmou, durante a live semanal do presidente Jair Bolsonaro, que mudança nas recomendações da agência dará celeridade no processo de aprovação de outros imunizantes contra a Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 04/02/2021 21h07 - Atualizado em 04/02/2021 21h51
Pedro França/Agência Senado Homem de terno e óculos discursa em audiência Presidente da Anvisa também destacou que irá se vacinar

O diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres afirmou, nesta quinta-feira, 4, na live semanal do presidente Jair Bolsonaro que não há contraindicação ao uso emergencial das vacinas CoronaVac e da AstraZeneca porque o procedimento foi aprovado para “grupos específicos e bem definidos”. A agência reguladora aprovou a aplicação do imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan no dia 17 de janeiro – até o momento, mais de 2,7 milhões de pessoas já foram vacinadas com as duas vacinas. Barra Torres também afirmou que a agência confia na eficácia dos imunizantes.

“Essas vacinas, a Coronavac e a da AstraZenenca, estão aprovadas para grupos específicos e bem definidos. Ainda não têm o registro de possibilidade de uso amplo. No domingo retrasado, quando a Anvisa aprovou o uso emergencial, foram definidas as categorias. As crianças, por exemplo, não foram incluídas nos estudos, por isso não estão contemplados no uso emergencial. Algumas observações quanto a outros eventuais ajustes foram pontuados também. Isto é passado, como foi passado, para o Ministério da Saúde, que é o detentor do controle do Plano Nacional de Imunização. O Ministério da Saúde, por sua vez, já fez as recomendações necessárias aos estados e municípios. Esse momento agora é de vacinação de grupos específico, vacinação restrita. A AstraZeneca já entrou com pedido de uso amplo, que é o registro da vacina. Está sendo analisado. Neste caso vamos ter a camada ampla da população e essa questão de eventuais restrições e contraindicações serão definidas para a população como um todo”, disse Barra Torres.

O presidente da Anvisa também comentou a alteração aprovada pela Anvisa que visa dar celeridade ao processo de aprovação de uso emergencial das vacinas – a agência retirou a obrigação de testes de fase 3 no Brasil. São estes estudos que mostram o percentual de eficácia da vacina, quantas doses devem ser aplicadas, além da avaliação de eventuais reações adversas. A norma segue exigindo estudo de desenvolvimento clínico na última fase, mas agora ele não precisa estar sendo conduzido no Brasil. “Essas alterações podem facilitar a aprovação de qualquer vacina que se submeta à nossa análise. Não é direcionado a ninguém. A Anvisa é reguladora de mercado. É uma medida ampla e que nós entendemos que tornará mais fácil o caminho da análise para que possamos dizer ‘use esta vacina porque ela tem nossa autorização de uso emergencial'”, explicou.

Barra Torres também afirmou que a Anvisa confia nas vacinas aprovadas até o momento e ressaltou que irá se vacinar. “Eu sou médico, mas não trabalho mais no front. Quando houver a possibilidade de uso amplo, eu estarei lá na fila do posto de saúde para tomar a vacina”, disse. O presidente Jair Bolsonaro, que já afirmou reiteradamente que não irá se imunizar porque já contraiu a Covid-19 disse que vai “acompanhar” o diretor da agência reguladora para ser “testemunha” de sua vacinação.

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