Roberto Jefferson: Terão de investigar o escândalo do ‘Covidão’ após as eleições

  • Por Jovem Pan
  • 20/04/2020 19h46 - Atualizado em 20/04/2020 20h02
Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Roberto Jefferson, homem mais velho, de óculos e cabelos curtos grisalhos, fala em microfone. Usa terno azul-escuro e gravata amarela. Roberto Jefferson

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) disse em entrevista exclusiva ao programa Os Pingos Nos Is, da Jovem Pan, nesta segunda-feira (20), que novas denúncias de corrupção surgirão a partir dos repasses direcionados aos estados e municípios em virtude da crise do novo coronavírus. Os desvios, segundo ele, devem culminar no “Covidão”, um novo escândalo de corrupção que se revelará após a pandemia.

“É nítido aos olhos de quem faz política que vai ser um escândalo, o ‘Covidão’. A verba vai ser desviada para eleição. Esse dinheiro vai ser desviado, isso é gravíssimo. O Rodrigo Maia fez essa aprovação de R$ 100 bilhões para estados e municípios contra o ministro [Paulo] Guedes. Isso é muito grave”, disse o ex-deputado.

Roberto Jefferson se refere ao texto do projeto de socorro a estados e municípios que autoriza o repasse de até R$ 100 bilhões. A matéria foi aprovada por 431 votos a 70 na Câmara dos Deputados – mesmo sem o apoio do governo federal, que pedia contrapartida dos estados e municípios.

Para o ex-deputado, esses valores não serão destinados para ajuda ao enfrentamento da crise do coronavírus, mas sim para as eleições municipais previstas para este ano.

“Esse dinheiro vai ser liberado lá para o final de maio, início de junho. Não se trata de um dinheiro para coronavírus. Isso é dinheiro de eleição, fundo eleitoral, para financiar prefeitos escolhidos por seus governadores na reeleição. Você vai ver, eu não sou nenhum profeta. Será um escândalo após a eleição. A Polícia Federal e o Ministério Público terão de investigar o ‘Covidão’, ‘Covidão-19′”, disse.

Governadores e o combate à Covid-9

Roberto Jefferson criticou ainda a postura de alguns governadores diante da crise. Para ele, medidas foram tomadas em alguns estados para criar “uma queda de braço com o presidente”.

“Bolsonaro adotou no início da crise do coronavírus o discurso do [Donald] Trump de fazer o isolamento vertical. Tirar de circulação e botar em casa as pessoas com mais de 60 e as com comorbidades. Ele tentou, mas foi tentado pela esquerda, acompanhando a diretriz da Organização Mundial da Saúde, que tem à frente um sociólogo, que nem médico é, da Etiópia! E a OMS, todos nós sabemos, é um braço do partido comunista chinês. Tanto que encobriu a gravidade do coronavírus na China e enganou os governadores do Brasil no Carnaval”, afirmou.

Segundo ele, o Carnaval foi o maior momento de transmissão do vírus e, ainda assim, foram mantidos pelos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

“Os governadores de São Paulo e Rio de Janeiro peitaram e fizeram o Carnaval. O próprio médico da TV Globo, Drauzio Varella, disse que aquele foi o momento de maior transmissão. Uma festa irresponsável.”

Assista à íntegra da entrevista com o ex-deputado Roberto Jefferson: 

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.