Alvo de inquérito das fake news, Filipe Martins diz que há tentativa de ‘criminalizar pensamento conservador’
Em entrevista ao Pânico, o chefe da assessoria internacional de Jair Bolsonaro comentou sobre acusações de nazismo: ‘O grupo para quem eu falo não acreditou nessa história’
Nesta segunda-feira, 9, o programa Pânico recebeu Filipe G. Martins, assessor internacional de assuntos especiais do presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista, ele afirmou que as denúncias no inquérito das fake news e dos atos antidemocráticos fazem parte de uma perseguição ao pensamento conservador. “As pessoas falam muito em polarização. Mas se você pega um morro tomado pelo tráfico, a partir do momento que a polícia entra você vai ter duas forças territoriais ali. O que aconteceu durante a nova república, até muito recentemente, as ideias que representamos estavam excluídas do debate público. Eu fui acusado muitas vezes de ser responsável pelos crimes da ditadura. A gente tem visto uma tentativa sistemática de criminalizar o pensamento conservador no Brasil. Eu sofri isso tudo na pele, sou alvo deste inquérito, mas fui incluído no inquérito das fake news, dos atos antidemocráticos. Eles usam isso para nos criminalizar.”
Filipe relembrou da denúncia feita contra ele em março, durante uma sessão no Senado que, segundo opositores, ele teria feito um gesto de supremacia branca. O assessor disse não ter se abalado com as acusações. “Você nunca chama de racista alguém que se orgulha daquilo. Ou seja, o supremacista branco neonazi que se reúne no MASP, ele faz o gesto e diz que é incrível. Ele veste a camisa. Quando você sabe que o cara vai se incomodar e vai trazer um dano pra ele, você joga o rótulo para aquele cara. Eu não caio nesse truque. O grupo para quem eu falo majoritariamente não acreditou nessa história. O que aconteceu ali foi uma reação política. Eles pegaram três segundos e falaram ‘foi um gesto obsceno’, depois mudaram para esse lado que gera um estigma maior: ele é um nazista, um supremacista.”
O assessor ainda opinou sobre a decisão do voto auditável na Câmara. Segundo ele, é necessário chegar num consenso que dê confiança à população. “Eu fui parte da assessoria internacional do TSE, em 2014, na eleição do Aécio. Fui testemunha ocular da ordem dada aos funcionários do TSE de se trancar na sala da totalização e não deveriam abrir mesmo que recebessem uma ordem do presidente. A gente precisa contemplar que toda a população acredite no processo de votação.”
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