Após não se eleger, Holiday se diz arrependido por apostar em terceira via: ‘Levei uma lição do eleitor’
‘Todo mundo que não tomou um lado levou pau, eu fui uma dessas pessoas’, disse o parlamentar em entrevista ao Pânico
O vereador paulistano Fernando Holiday se diz arrependido por apostar em uma candidatura alternativa ao presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Em entrevista ao programa Pânico desta quinta-feira, 1, o político fez referência a sua derrota nas urnas ao comentar sobre o assunto. “Nessa eleição eu levei uma lição do eleitor. Eu fiz parte de um grupo que não era um partido, mas várias pessoas, partidos e movimentos que fizeram uma leitura muito errada do cenário brasileiro. Acreditavam que era possível construir uma terceira via, quando, na verdade, o eleitor estava de forma muito clara dizendo o seguinte: só existem duas opções. Ou você é de direita e está com Bolsonaro ou você é de esquerda e está com Lula”, avaliou. “Ficou uma classe de liberais, na qual eu me incluo, que olhava para o eleitor com certa arrogância. Ficamos insistindo nisso a pré-campanha inteira, o primeiro turno inteiro.”
Com passagens pelo grupo MBL e pelos partidos Novo e Patriota, Holiday tentou uma vaga no Congresso como deputado federal pelo Estado de São Paulo, mas não se elegeu. “Todo mundo que não tomou um lado, levou pau. Eu fui uma dessas pessoas. A partir do momento em que eu vejo o resultado do primeiro turno, e vejo isso muito claro, não só na eleição presidencial, mas para o Congresso nacional, eu repenso o meu rumo. O que eu sou afinal de contas?”, questionou. “A minha trajetória é de alguém de direita. Se eu sou de direita, então eu vou nesse instante aderir ao único líder de direita que realmente existe no país, que é Bolsonaro. Não significa concordar com tudo. Todo o lado na política tem a sua diversidade, é possível ser um liberal e estar com Bolsonaro, ser um conservador e estar com o Bolsonaro. Este grupo é o que forma a direita no Brasil hoje.”
Para 2026, o parlamentar ainda aposta em uma candidatura do atual presidente. “Acho que seria muito arriscado tentar outro nome. Não há ninguém hoje no cenário político que consiga se comparar à figura do Bolsonaro. A quantidade de votos e apoios, por mais que quatro anos seja muito tempo, não desaparece do dia para a noite. Acredito que ele continua, sim, sendo o principal candidato para 2026 e deve continuar sendo porque a gente não pode simplesmente jogar esse capital político fora ou apostar num cavalo que não foi testado. Acredito que o Bolsonaro é um candidato natural e ele deve desde já começar a liderar a oposição ao governo Lula”, afirmou. “Essa direita que refuta o bolsonarismo e ainda insiste nessa tecla, como é o caso do MBL, eu acredito que está se esvaziando cada vez mais. Quantos vereadores em São Paulo o MBL tem hoje? Nenhum. Tenho a impressão que há um esvaziamento dessa direita que insiste em ficar se dividindo, do outro lado há aqueles que têm dificuldade de superar os equívocos do passado. Reconheci o meu erro, errei em não estar com Bolsonaro desde o início. Superar essa direita que insiste em divisão e, de alguma forma, fazer com que a militância consiga superar os equívocos e as divisões passadas”, concluiu.
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