Atropelado por ônibus e atingido por raio: paratleta quis entrar no esporte para viajar
O paratleta Fernando Rufino sempre teve um sonho em mente: viajar o mundo. Para conseguir realizar o desejo de conhecer todos os cantos ele apostou no esporte, mas não foi uma trajetória fácil. Conhecido como “cowboy de aço”, ele começou como peão de rodeio e, depois de um acidente de ônibus que o deixou paraplégico, viu na canoagem a forma de conhecer outros países.
Nascido em Mato Grosso do Sul, Rufino encontrou nos rodeios a chance de viajar para outros lugares, visto que os melhores peões viajam para competir. Em 2005, no entanto, um acidente de ônibus mudou a profissão do cowboy.
“Voltando da escola o ônibus estava com a porta aberta e em alta velocidade. Eu caí para fora do ônibus e fui para baixo dele. Minha cinta enroscou e fui triturado”, lembra Fernando que ficou paraplégico ao lesionar o tronco e a lombar.
Depois de uma recuperação de 8 meses sem se mexer, o cowboy decidiu fazer o “possível e o impossível” para voltar a andar e conhecer o mundo. Em sua casa no interior, sem acesso a fisioterapia de ponta, ele voltou a andar a cavalo e se forçou a nadar no rio, com a ajuda do pai, para reconquistar a força nas pernas. “Não medi esforço. Tenho dois músculos na perna que funcionam hoje e são os dois que eu forçava quando andava a cavalo”, falou.
Foi em 2012 que Rufino conheceu a canoagem. “Entrei na canoagem porque sabia que o vencedor ia para fora, para os Estados Unidos”, lembra. No mesmo ano, ele foi atingido por um raio e, depois de uma recuperação de alguns meses, foi competir na Rússia, aonde se consagrou vice-campeão de canoagem paraolímpica.
“Voltei da Rússia com outro objetivo. Meu treinador disse que ia me preparar para os Jogos Paraolímpicos do Rio em 2016. Eu já vesti a camisa e tudo que fazia era pensando nos Jogos. Em março eu estava super preparado como atleta, mas minha pressão estava alta e isso estava machucando o meu coração que ficou fraco”, explicou.
Apesar de baixar o volume de treino, Rufino teve que abrir mão da vaga nos Jogos por conta dos problemas cardíacos. Mesmo com todos os obstáculos e acidentes, o cowboy nunca pensou em desistir. “O que me motiva é a minha vontade de conquistar meus objetivos. Eu vou realizar meus sonhos de um jeito ou de outro, aleijado ou não”, declara.
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