Ciro afirma que não descarta governar com Centrão e promete abrir mão de reeleição ‘em troca de reformas’

Em entrevista ao Pânico, candidato do PDT aponta erros dos governos Lula e Bolsonaro e diz que vai negociar com quem o povo eleger

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2022 14h48 - Atualizado em 05/09/2022 17h47
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Reprodução/Jovem Pan News Gomes Ciro Gomes foi o convidado do programa Pânico desta segunda-feira, 5

Nesta segunda-feira, 5, o programa Pânico recebeu o presidenciável Ciro Gomes (PDT). À bancada comandada por Emílio Surita, ele declarou que, caso eleito, não descarta a possibilidade de governar ao lado do Centrão. “Eu não vou descartar o Centrão, essa é a minha diferença entre os dois [Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva]. Eu estou dizendo o oposto, que vote nas minhas ideias. Não adianta me mandar para Brasília e me achar o salvador da pátria. Eu vou negociar com quem quer que o povo eleja. É com essa maioria que o povo me der que eu vou negociar. Aí está a diferença de um homem vivido e experiente, eu conheço como funciona a operação do Estado brasileiro. Eu abro mão da minha reeleição em troca da reforma do país”, disse. “O Lula e o PT cresceram denunciando a corrupção dos outros, tudo no Brasil era corrupto menos o Lula e o PT. Depois vimos que isso era mentira, a organização criminosa que se tornou a cúpula do PT. Eu vi de perto o Lula se deixando corromper e isso me dá muita dor, não me dá alegria nenhuma. O Bolsonaro se elegeu denunciando a corrupção do PT, denunciando o Centrão, vai lá e adere. Esse é o erro.”

Mesmo sendo crítico ao governo Bolsonaro, Ciro destacou pontos positivos da atual gestão na economia e na segurança pública. “É no governo Bolsonaro que a taxa de juros Selic teve o seu menor pico de baixa, nós tivemos alguns meses de Selic a 2%. Sabe quanto foi que a Dilma deixou? Em 14,25%. Porém, não se pode elogiar. Foi eu elogiar que banqueirada caiu de pau em cima, Bolsonaro já se rendeu e já está com a taxa de juro de novo campeã mundial, em 13%. Nada a ver com pandemia, nada a ver com guerra. Gosto de reconhecer as coisas, o homicídio começou a cair discretamente no Brasil, só eu disse. Isso se deve ao governo Bolsonaro, uma obviedade que defendi há dez anos, ele fez, mas depois voltou atrás. Essa é a tragédia. Portanto, eu não sou pego no contrapeso porque sou honesto comigo mesmo e com as pessoas que confiam em mim.”

O candidato também exaltou o Poder Judiciário e fez críticas à relação de Jair Bolsonaro com a Polícia Federal. “Trágico que seja para um democrata visceral como eu, quem dá a última palavra é o Judiciário. Você gosta ou você não gosta, mas acata, fim de papo. Porem, se eu tenho autoridade moral, não vou fazer desvio de finalidade, o Bolsonaro trocar chefe da PF para garantir a impunidade do filho?”, avaliou. Para Ciro, sua candidatura e a de Simone Tebet foram prejudicadas pelo PT em troca da manutenção do discurso contra o atual governo federal. “Eu tenho a unanimidade do meu partido, a Simone Tebet não tem o partido dela. Ela teve que fazer um esforço imenso porque o Lula, na democracia lulista, fez o diabo para não deixar Simone ser candidata. Fez o diabo para detonar a minha candidatura. A democracia do PT é essa, o antifascismo do PT é esse: detonar no tapetão os possíveis adversários para confinar o debate entre ele e o Bolsonaro. Sou amigo da Simone, desejo muito boa sorte a ela”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Ciro Gomes:

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