Luiz Felipe Pondé diz que palavra trans virou ‘modinha da esquerda’
‘Querem achar um nicho no capitalismo para dizer que é seu’, disse o filósofo em entrevista ao Pânico
Nesta quinta-feira, 2, o programa Pânico recebeu o filósofo Luiz Felipe Pondé. Em entrevista, ele comentou sobre as mudanças de significado prévio para a palavra trans e afirmou que expressão é usada por uma “nova esquerda”. “Antigamente quando a gente falava trans, a gente pensava em transporte, a gente pensava em gordura trans. Agora, quando você usa a palavra trans, você pensa no grupo de pessoas que tem, digamos assim, uma prática identitária que está dissociada daquilo que se chama binário, masculino, feminino e tal. Mesmo se você pensar gays, lésbicas também, já não são trans. Eu não tenho dúvida de que [esse caso] é modinha”, opinou. “É uma certa modinha da esquerda cultural americana. Não é aquela esquerda que queria destruir o capitalismo, é a esquerda que quer achar um nicho no capitalismo para dizer que é seu. Tem pessoas que de fato sofrem com a identidade de gênero dela. Tem a ver com questões familiares, mas hoje, com certeza, você tem outro tratamento, político e ideológico”, acrescenta.
Para Pondé, as novas gerações carecem de formação literária. Na opinião do professor, a ideia de que podcasts, redes sociais e filmes podem substituir a leitura é falsa e alguns alunos se destacam mais em comparação a outros. “[Se destaca] Porque está envolvido, está interessado no tema, leu alguma coisa. É alguém que gosta de fazer perguntas, a maioria está ali para tirar um cincão. Por exemplo, você pode chegar em uma aula e começar a falar de Shakeaspare, de repente metade da classe não sabe quem é Shakespeare”, disse. “Eu acho que há um aumento do empobrecimento de repertório. O que os alunos muitas vezes perguntam é “Pondé, não tem um podcast que eu possa ouvir sobre isso, não?”. Não tem”, concluiu.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.