“Nossa estrutura de Estado é marcada pela ineficiência, tá petrificada, ela impede a mudança”, diz Marco Antonio Villa

  • Por Jovem Pan
  • 08/09/2015 14h20
Bruna Piva / Jovem Pan <p>Professor esteve nos estúdios do Pânico</p>

Nesta terça-feira (8), o programa Pânico recebeu o professor e comentarista Marco Antonio Villa para conversar, entre outras coisas, sobre política e história.

Mestre em Sociologia e doutor em História Social, ambas pela Universidade de São Paulo (USP), Villa comentou sobre as passagens históricas vividas pelo país nas últimas décadas.

“O passado é muito forte no Brasil. Nós somos um país que emburreceu. Nós passamos de uma ditadura para a democracia, mas antes tínhamos muito mais cultura. Nos anos 70 você tinha críticos sobre todas as artes. Era um país muito mais inteligente, para conviver você era obrigado a se informar. Hoje há uma mediocridade geral. Nunca vi gente tão burra na universidade. Não dá para levar a sério um país desse”.

Villa, que também participa da bancada do Jornal da Manhã, pela Jovem Pan, comentou que o que o país precisa de gente empenhada em fazer as mudanças que são necessárias.

“Isso aqui é um horror, o que salva o Brasil é a iniciativa privada, porque a estrutura de Estado é marcada pela ineficiência. A estrutura existente tá petrificada, ela impede a mudança. É difícil ter esperança. O Brasil precisa de um choque de brasilidade, acabar com esses clichês de conservadorismo, marxismo, mas começar a ver as nossas dificuldades, nós podemos construir um grande país, mas precisa ter vontade. Dinheiro não falta, o que falta é gente. O que falta é mudar o país”.

Sobre os recentes protestos contra o governo da presidente Dilma, Villa foi categórico ao afirmar que se pôde sentir uma diferença entre

“Essa ideia de golpe militar não existe, leram mal a constituição. Falar em abstrato ‘o sistema é ruim’, não resolve. Eu acho que estas últimas manifestações construíram uma coisa nova, foi fora das estruturas tradicionais, você não teve partido político, elas foram da sociedade civil. Nosso desafio é tentar entender o porquê somos assim e encontrar quais são os caminhos para mudarmos”, completou.

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