“O clitóris é na cabeça”, diz Maria Paula sobre ‘Monólogos da Vagina’

  • Por Jovem Pan
  • 19/06/2015 13h34
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Jovem Pan <p>Maria Paula, Adriana Lessa e Maximiliana Reis posam com Evandro Santo</p>

Nesta sexta-feira (19), o Pânico conta com a participação das atrizes Adriana Lessa, Maria Paula e Maximiliana Reis, em cartaz com a peça ‘Monólogos da Vagina’. Já com 15 anos nos palcos, o espetáculo aborda em 12 monólogos os tabus, desde a menstruação, relacionamento agressivos até o prazer sexual. Sobre esse terceiro tema, Lessa brinca: “a gente não fala de chuveiro, a gente fala de bidê”.

Apesar do nome que induz o público ao erro, dado o tabu que cerca a palavra “vagina” por si só, a peça não é apenas uma comédia, sequer é apelativa. A própria atriz Maximiliana Reis revelou que seu primeiro contato com o espetáculo não começou bem. “Na verdade eu fui assistir à peça para avaliar, porque eu também administro do teatro da Gazeta. E eu fui com preconceito, pensando ‘eles vão me fazer assistir esse espetáculo apelativo’. E, hoje, mesmo 15 anos depois, o nome ainda choca”, lembra.

De acordo com Maria Paula, mesmo com 15 anos em cartaz a peça continua com a temática atual. “O texto continua atual, porque apesar de teram massado tantos anos, o machismo continua o mesmo no Brasil e o preconceito também. A agressão à mulher, tem ulher de 70 anos que nunca teve um orgasmo. Então até mudar isso tem que continuar falado sobre o assunto, até as vaginas serem livres”. Maximiliana acrescenta: “esse texto é uma partitura”.

“Eu fui totalmente fechada e, depois, eu percebi que era um espetáculo que eu ia adorar fazer como atriz. E é um exercício para qualquer atriz, porque é muito dinâmico”, acrescentou a atriz. Com adaptação de Miguel Falabella e direção de elenco nas mãos de Imara Reis e Lena Roque, a peça, originalmente um monólogo de fato, divide os 12 scatches entre as três atrizes: nove para Maximiliana e oito para Adriana e Maria Paula.

Ao abordar o tema dos orgasmos, por exemplo, as atrizes contaram que encenam orgasmos e Lessa revelou ainda que no começo ficava preocupada: “uma vez eu virei e falei para a Fafi Siqueira [que fazia o papel hoje da Maria Paula]: ‘tem essa parte de encenar os gozos e tal. Ninguém nunca mais vai acreditar em mim’”. Ainda sobre a diferença de orgasmos fingidos e reais, Maria Paula declarou: “O clitóris é na cabeça. A mulher quando está bem consegue qualquer coisa. Tanto o orgasmo quanto chegar em qualquer lugar”.

As atrizes ainda falaram sobre os efeitos da peça sobre o público e, por que não, as próprias vidas. “Meu marido é um apoiador das vaginas. Agora eu fazendo esse novo bloco deu uma repaginada. Eu sou casada há 35 anos, mas deu um up. Para fazer a cena a gente precisa de laboratório”, brica Maximiliana. Dada a temática, a atriz ainda falou sobre as reações masculinas: “não acho que dá medo, mas pode rolar uma insegurança ou até ciúme. Tem um momento em, que nós encenamos os orgasmos e isso pode ser difícil”.

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