‘Pandemia agravou situação que já era muito ruim’, diz especialista sobre educação brasileira

Em entrevista ao Pânico, Lana Romani, fundadora do Movimento Escola Aberta, também criticou tempo em que escolas ficaram fechadas durante crise sanitária

  • 10/11/2022 17h11
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Reprodução/Jovem Pan News Pânico Lana Romani Lana Romani foi a convidada do programa Pânico

Nesta quinta-feira, 10, o programa Pânico recebeu a fundadora do Movimento Escola Aberta, Lana Romani. Na entrevista, ela associou a evasão escolar e a crise de aprendizagem entre alunos da educação básica com a pandemia de Covid-19. “Realmente vivemos uma decadência na educação, não é de agora, vem há muitos anos. Não é exclusivo desse momento atual, a pandemia só agravou mais a situação, que já era muito ruim”, observou. “O Brasil foi campeão de escolas fechadas durante a pandemia, a gente amarga o primeiro lugar do tempo de escolas fechadas no mundo. Conseguimos ganhar do Sudão do Sul. Isso fez com que a gente retrocedesse ainda mais no tempo. Aumentou a evasão escolar, esses números estão aí impactados, principalmente no Ensino Médio, a gente perdeu muito jovem para essa vida louca”, acrescentou.

Romani criticou a forma como a crise sanitária foi encarada no país, quando a normalização da frequentação de de bares e restaurantes ocorreu antes de escolas. Segundo ela, a indignação com essa política potencializou o projeto Escola Aberta. “Já tínhamos tudo aberto, com exceção das escolas. Brasileirão, botecos abertos. Isso era poder de prefeituras e Estados. Fomos descobrir que era um acordo entre prefeituras em geral, que tinham autonomia na pandemia de abrir ou fechar escolas”, disse. “Nem acreditamos no tamanho da força que o movimento ia tomar, a indignação das famílias era tamanha, ecoou de uma maneira que fomos parar em 22 Estados. Acabamos furando esse planejamento das prefeituras. A escola nunca foi uma pauta que interessava os alunos, essa pauta parece que pertence a sindicalistas e entidades, ONGs. Quando surgimos, ninguém ligava para aluno, era sempre o que acontecia no entorno, ninguém discutia o que ia acontecer para recuperar a aprendizagem”, concluiu.

Confira na íntegra a entrevista com Lana Romani:

 

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