Salim Mattar sobre Correios: “Não resta outra alternativa que não seja vender”
Ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro participou do Pânico nesta segunda-feira (24)
O ex-secretário de Desestatização do governo Bolsonaro José Salim Mattar Junior participou do programa Pânico desta segunda-feira, 24, e comentou sobre algumas estatais que estão na lista de privatizações, como os Correios. “O Banco do Brasil, a Caixa e a Petrobras nós recebemos informação de que não seriam vendidas. Quanto aos Correios, é uma empresa simbólica e tradicional, mas que se perdeu com o passar dos anos. Não resta outra alternativa do que vender, já que ninguém mais escreve cartas”, disse Salim. Para ele, a expectativa é que a estatal seja vendida no segundo semestre de 2021, inclusive com o apoio de Fábio Faria, ministro das Comunicações e que agora administra o setor. “Ninguém em Brasília é contra a privatização”, completou.
Questionado sobre o motivo das privatizações serem demoradas, o empresário explicou que há muita burocracia no governo e que existem diversas etapas para que uma venda seja concluída. “Eu sou um animal da iniciativa privada. No governo é absolutamente diferente, há muita burocracia. Privatizar não é uma coisa tão fácil assim”, disse. Segundo ele, o estado é grande e ‘obeso’ e, apesar da vontade de Jair Bolsonaro e Paulo Guedes em privatizar, o Congresso dificulta a aprovação de leis que facilitam esse processo. Ainda durante a entrevista, Sallim deu palpites sobre quatro estatais que precisam ser vendidas: EPL – Empresa de Planejamento e Logística (criada para construir o trem-bala), VALEC Engenharia (empresa do ramo das ferrovias), Hemobrás – Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia e a IMBEL (fábrica de pólvora e munição). De acordo com o ex-secretário, elas trazem prejuízos e não valem a pena o investimento do governo.
Sobre a sua saída da equipe de Paulo Guedes, o ex-secretário disse que não houve problemas. “Fui para o governo e saí com o mesmo entusiasmo de quando cheguei. Saí porque verifiquei que a correlação do meu esforço versus o resultado obtido ia ficar negativo, já que eu tinha um pipeline de empresas para ser vendida em 2021 e em 2022 não será possível privatizar, então eu não conseguiria fazer mais. Achei que a minha agregação de valor já não era tanto. Tive muito apoio de Guedes e Jair Bolsonaro, minha saída não se deve a nenhum problema, foi natural”, explicou.
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