Subprefeito da Sé defende dispersão na Cracolândia e compara K9 a crack: ‘O efeito é devastador’

Em entrevista ao Pânico, Álvaro Camilo afirmou que problema na região central da capital é complexo: ‘Se fosse fácil, alguém já tinha resolvido’

  • Por Jovem Pan
  • 10/05/2023 15h53
Reprodução/Jovem Pan News ÁLVARO CAMILO NO ESTÚDIO DO PROGRAMA PÂNICO Álvaro Camilo foi o convidado do programa Pânico

Nesta quarta-feira, 10, o programa Pânico recebeu o coronel Álvaro Camilo. Responsável atualmente pela Subprefeitura da , distrito da cidade de São Paulo, ele deu detalhes sobre as medidas de segurança adotadas em conjunto com o prefeito Ricardo Nunes para a região da Cracolândia. “Não tem solução simples para problema complexo. Se fosse fácil, alguém já tinha resolvido, a Cracolândia. Precisa ser tratado de forma multidisciplinar, ali precisa de integração muito forte em várias áreas: habitação, social, saúde e de polícia. Muitas vezes, trabalho só com a questão policial ao longo do tempo. Você tem ali infratores que, 15 ou 17 vezes, você leva preso e são soltos. Precisa ser trabalhado na nossa sociedade, em Brasilia, na mudança das leis. A primeira coisa que a gente está pensando é em resgatar aquelas pessoas, elas precisam de ajuda. Se não ajudar, não saem dessa situação”, avaliou. “Toda semana, nos unimos com o vice-governador. A maior preocupação está sendo com os comerciantes, obrigados a fechar suas lojas, e moradores que não conseguem nem sair de casa. As ações de dispersão, que muitos criticam, são importantes. A ideia é fazer mais para que possam se movimentar, não ficar fixados na frente da casa de um ou de outro. Está aumentando a abordagem qualificada, pensando no comerciante e no morador da rua”, acrescentou.

Camilo disse que as ações tomadas pela Prefeitura de São Paulo priorizam também o bem-estar da população e dos turistas. Para ele, as mudanças de centralização dos dependentes químicos está relacionada aos traficantes de forma espontânea. “O prefeito nos pediu para olhar para todos, pessoas em situação de rua, de drogas, mas também para o morador, para o turista. Precisa ser estudado, mas no primeiro momento não se escolhe local. São manipulados por microtraficantes, que também consomem e fazem o tráfico. O que a gente percebe é que o movimento foi para lá espontaneamente. A ideia é que saiam dali por força policial e do governo”, declarou.

O subprefeito também se pronunciou sobre a droga K9, espécie de “maconha sintética”, que ganhou repercussão por seus efeitos colaterais. “Toda droga é ruim, mas essa ainda é desconhecida. O efeito é muito rápido e muito forte. É como se uma pessoa tivesse consumido crack há muito tempo, você pega o início e o fim, vê acontecer em poucos segundos com a pessoa na sua frente. O efeito é devastador, as pessoas caem como se tivesse tendo um ataque epiléptico. Precisamos trabalhar nessa questão também, não tenha dúvida nenhuma”, pontuou.

Para as eleições de 2024, Álvares acredita na reeleição de Ricardo Nunes — segundo ele, o prefeito coleciona feitos pela capital paulista. “Estou tranquilo, estou com ele e acho que ele está fazendo um excelente trabalho, a população vai reconhecer isso no futuro. É um dos prefeitos que mais está fazendo por São Paulo, saiam na rua para ver. As ações nunca tiveram tanto entrosamento entre prefeitura e Estado. Com tanta coisa sendo feita, duvido que tenha uma cidade que acolha melhor na América Latina como São Paulo”, opinou. “A gente trabalha deixando o ambiente sadio para que o crime não aconteça. Envolve muita gente, no próprio roubo de celular temos leis muito frágeis. Na Praça da Sé temos um menor de idade que foi pego 17 vezes, tem que mudar as leis. O que a gente pode fazer enquanto prefeitura é tornar o ambiente sadio. Fizemos uma nova forma de coletar o lixo, pegamos o dia inteiro para deixar o ambiente sadio, porque o criminoso procura um ambiente conturbado. Não é fácil de fazer, mas a participação de todos é fundamental”, concluiu.

 

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