‘Tentam rotular empresários da Amazônia como bandidos’, diz Salles sobre acusação de contrabando

Em entrevista ao Pânico, o ex-ministro falou sobre sua saída da pasta do Meio Ambiente e a agenda de privatizações do mandato de Jair Bolsonaro: ‘O governo tentou avançar, mas tem gente que trabalha contra’

  • Por Jovem Pan
  • 03/11/2021 16h15 - Atualizado em 03/11/2021 17h44
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Reprodução/Pânico Ricardo Salles fala no microfone do estúdio do programa Pânico O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi o convidado do programa Pânico desta quarta-feira, 3

Nesta quarta-feira, 3, o programa Pânico recebeu o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles. Investigado por exportação ilegal de madeira do Brasil para os Estados Unidos e Europa, o político disse que a acusação faz parte de uma perseguição do Estado contra empresários. “Essa acusação é ridícula, o que fizemos foi defender as pessoas que trabalham no Brasil inteiro. Quem trabalha no Brasil é perseguido por um Estado burocrático. Essa turminha tem raiva do capitalismo. O legislativo e a imprensa relativizam o que é certo ou errado conforme quem está dizendo. Tentam rotular os empresários da Amazônia, para essa turminha da lacração, são todos bandidos. Vão bater em você, te enchem a paciência. Fui eu que saí, não fui afastado, saí no momento que achei correto. Sempre defendi o que achava correto, tento ser o mais coerente possível com minha visão de mundo liberal.”

Ricardo Salles ainda explicou sua visão sobre a pauta do meio ambiente. “Eu acho que a questão ambiental não é prerrogativa da esquerda, é de todos nós. Eles têm um discurso envolvente, eles gostam de dizer que são cool, que cuidam do meio ambiente. Não é verdade, não se preocupam com questões relevantes para os brasileiros. A esquerda votou contra o saneamento, como pode votar contra milhões sem saneamento de esgoto e sem água potável?”, perguntou. Para ele, o bioma da Amazônia precisa ser inserido nas estratégias econômicas do país. “O problema da Amazônia e a falta de desenvolvimento econômico. O maior problema está ligado à miséria, na hora que cuidar das pessoas, melhora a questão ambiental. O cara que não tem o que comer, saúde e moradia, a última coisa com o que está preocupado é a questão ambiental. Discussão ambiental a turma se reúne na Vila Madalena, no Leblon, mas tem que olhar os 23 milhões de brasileiros que precisam mudar de vida.”

Questionado sobre o restante do mandato de Jair Bolsonaro, Salles afirmou esperar por um ano difícil e dificultado pelo não cumprimento da agenda de privatizações do governo. “Ano que vem será difícil, mas fizemos a reforma da previdência, redução do custo com os servidores. É inédito, mas não é fácil mudar, é complexo. Todos recorrem ao judiciário, o congresso não é formado por uma maioria liberal. O Brasil, como todo latino-americano, tem uma atração por essa agenda estatizante. Sou a favor de vender todas as estatais, nenhuma estatal se justifica na mão do governo. O governo tentou avançar, alguns dão suporte a essa agenda, mas tem gente que trabalha contra. Não adianta falar que o governo não fez agenda liberal, o Brasil não fez.”

Confira na íntegra a entrevista com Ricardo Salles:

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