‘Uma brincadeira é brincadeira quando nós dois rimos’, afirma Cortella

O filósofo e educador participou do Pânico nessa segunda-feira, 17

  • Por Jovem Pan
  • 17/08/2020 14h06 - Atualizado em 17/08/2020 14h47
Jovem Pan Filósofo Mário Sérgio Cortella participou do Programa Pânico

O filósofo e educador Mário Sérgio Cortella participou do Pânico, da Jovem Pan, nesta segunda-feira, 17, e debateu sobre os efeitos da pandemia da Covid-19 na sociedade. Será que sairemos pessoas melhores desse momento? “Até podemos sair melhor, mas não necessariamente. Há pessoas tolas e egoístas que não sairão melhores. Eu não tenho uma visão catastrofista e nem uma visão otimista [sobre a pandemia]”, comentou Cortella. Segundo ele, há duas maneiras de ‘sair do outro lado do túnel’: acovardado ou consciente.

“Quando eu chegar no fim desse momento pandêmico, espero não terminar com vergonha, mas uma parte das pessoas deve chegar sim mais envergonhadas e outras chegarão sem vergonha, porque sem vergonha já são”, explicou o filósofo que está em isolamento em sua casa há 155 dias. É possível sorrir e ironizar a pandemia? O filósofo explica que tudo pode ser engraçado, mas é necessário muito cuidado. “Uma brincadeira é brincadeira quando nós dois rimos. Eu dizia na escola não ria de mim, ria comigo. Se você rir de mim sem que eu rir também, quer dizer que não foi engraçado, foi ofensivo. É o riso que faz com que a gente relaxe e respire”, afirmou. Durante os dias de isolamento, Cortella lançou o livro ‘Viver, a que se destina?’ em parceria com Leandro Karnal, tem feito vídeos para seu canal no YouTube e trabalhado com o Curso do Cortella, disponível na internet.

‘Temos um dinheiro mal usado’, diz Cortella sobre educação no Brasil

Ex-secretário municipal de Educação de São Paulo, Cortella foi questionado sobre a situação da educação no país. “Nós temos um dinheiro mal usado e temos a falta de dinheiro. Se todo o dinheiro fosse bem usado ainda assim faltaria. Precisamos ter mais recursos. A diminuição de recursos é muito danosa. Uma sociedade mais escolarizada é mais produtiva”, completou.

Sobre o retorno das aulas em 2020, o filósofo afirmou que se ainda estivesse no cargo não tomaria essa decisão. “Diria que não voltaria as atividades enquanto não tivesse clareza de 2020. Eu colocaria no início de 2021, porque conteúdo se recupera. Voltarmos hoje com as aulas hoje é arriscar muito”, disse.”Crianças sofrem bastante nesse momento, eles sentem falta dos amigos e das ‘tias’ e essa falta não será substituída dentro de casa, porque os adultos não conseguem lidar do mesmo modo”, completou. A ideia de Cortella é manter as crianças em convívio com outras nesse momento de pandemia, mas com os devidos cuidados.

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