‘Vamos fazer uma campanha anti-Boulos’, diz Fernando Holiday

Em entrevisa ao Pânico, o vereador classifica como ‘prejudicial’ o resultado do primeiro turno das eleições em SP

  • Por Jovem Pan
  • 18/11/2020 15h26
André Bueno / CMSP Fernando holiday Fernando Holiday (Patriotas) foi reeleito vereador de São Paulo com com 67.671 votos

Em entrevista ao programa Pânico nesta quarta-feira, 18, o vereador Fernando Holiday (Patriotas), eleito em 2016 e reeleito neste ano com 67.671 votos, analisou os resultados das eleições municipais em São Paulo. “Tivemos uma redução considerável de vitória dos vereadores que tentavam a reeleição. Fui uma excessão. A maior parte deles obteve queda de 30% a 40% na quantidade de votos. Além disso, aconteceu uma renovação drástica da Câmara Municipal, contemplando mais a esquerda”. Para Holiday, “será prejudicial para cidade” a alta no número de vereadores progressistas na Casa porque, como aponta, “isso significará maior intervenção do Estado na vida das pessoas”.

Avaliando a nova configuração progressista do legislativo, o membro do Movimento Brasil Livre (MBL) refletiu sobre o segundo turno das eleições em São Paulo, disputado por Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL), que decidirá o próximo prefeito no dia 29. “Este resultado afeta bastante o pleito, demonstrando um potencial de virada do Boulos. Acredito que muitas pessoas estão subestimando o que ele pode fazer neste segundo turno, uma vez que consegue cooptar o eleitorado do Márcio França e alcançar Covas”. Durante a conversa, Holiday revelou para qual candidato direcionará sua campanha. “Independente de quem ganhe esta eleição, o Patriota e o MBL farão oposição. Temos muitas discordâncias com o Covas, mas nem se compara às que temos com Boulos. Mais do que declarar apoio ao Covas, vamos fazer uma campanha anti-Boulos.”

Com os olhos no futuro, o vereador considerou que os resultados do pleito municipal podem apontar novos ventos para as eleições presidenciais de 2022. “Ao que tudo indica, olhando para os outros países da América Latina que estão retomando governos de esquerda e o próprio resultado das eleições dos Estados Unidos, o caminho será cada vez menos caricado. Teremos menos espaço para a polarização, aquela coisa radizalizada. Será mais responsável”. Admitindo a busca do eleitorado por candidatos “mais moderados”, Holiday alertou para eventuais “perigos”. “Quando falamos em candidatos com este perfil, não consideramos necessariamente políticos moderados nas ideias, mas na aparência e na imagem que transmitem. Podemos ver isso com o Boulos, por exemplo, que cresceu muito aderindo a uma imagem mais moderada. Veremos isso em 2022. Já que o petismo perdeu espaço, a esquerda mudará de rosto. Não só o PSOL, mas o PDT também crescerá. Estes partidos podem chegar à Presidência da República, o que é muito perigoso”, concluiu.

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