‘Vazava tudo para ganhar holofotes’, diz Wajngarten sobre passagem de Moro pelo ministério da Justiça

Em entrevista ao Pânico, o ex-chefe da Secom também criticou a postura do ex-juiz durante reuniões ministeriais do governo federal:  ‘Ficava calado e não carregava as bandeiras do governo’

  • Por Jovem Pan
  • 25/11/2021 15h12 - Atualizado em 25/11/2021 15h12
Reprodução/Pânico Fabio Wajngarten fala no estúdio do programa Pânico O ex-chefe da Secom Fabio Wajngarden foi o convidado do programa Pânico desta quinta-feira, 25

Nesta quinta-feira, 25, o programa Pânico recebeu Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom). Em entrevista, ele falou sobre suas percepções da relação entre Sergio Moro e o presidente Jair Bolsonaro. “No momento que aconteceu a Vaza Jato, o presidente levantou a mão do ministro no jogo do Flamengo. O presidente resgatou Moro num momento em que ele estava sendo completamente fuzilado. Nunca houve sinergia dele com as bandeiras do governo. Tudo que ele queria pautar, vazava para o Globo, com exatamente o mesmo modus operandi que ele fazia na Lava Jato. Quando contrariado, chamava um jornalista e vazava tudo para fazer com que ganhasse holofotes.”

Wajngarten ainda falou sobre a possibilidade de Moro se lançar candidato à eleição presidencial de 2022 pelo Podemos, partido ao qual se filiou no último dia 10. “O governo Bolsonaro voou em 2019, aprovamos reformas. Fizemos inúmeras outras coisas… E veio a pandemia. Ele não governou em condições normais de temperatura por mais de 50% desse mandato. A solução milagrosa chega saltitante e acha que vai resolver. Nas reuniões ministeriais que participei ele ficava calado, não contribuía, não jogava em time, não carregava as bandeiras do governo”, disse Fabio, sobre a atuação do ex-ministro. 

Um dos primeiros interrogados da CPI da Pandemia, o ex-chefe da Secom relembrou seu depoimento e falou sobre a inclusão de seu nome na lista final de indiciados do relatório da comissão. “É um verdadeiro teatro. Eu me solidarizo com as vítimas, perdi quatro amigos muito próximos, lutei dia e noite para que o governo fosse eficiente no combate à pandemia, no assessoramento do presidente e nas campanhas publicitárias. O governo fez 13 ou 14 campanhas. Ainda bem que tem auditorias de mídia para comprovar isso. Eu sou a prova viva que a CPI foi um teatro, foi sugerido o indiciamento por não fazer o que tinha que ser feito na comunicação da pandemia e de ter feito lobby na vacina da Pfizer. Esta sugestão de indiciamento retrata o quanto foi teatral o rito da CPI, jamais menosprezando o trabalho deles, mas eu sou a prova viva de o quão parcial ela foi.”

Confira na íntegra a entrevista com Fabio Wajngarten:

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