Pingo Final: Suplicy corre para socorrer mano Brown depois de prisão

  • Por Jovem Pan
  • 07/04/2015 11h28
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Francisco Cepeda e Marco Ambrósio / AgNews Mano Brown deixa delegacia em São Paulo

Meu pingo final vai para o senhor Pedro Paulo Soares Pereira, 44 anos, que foi preso nesta segunda-feira pela PM por desobediência, desacato e resistência à prisão. O coroa Pedro Paulo é Mano Brown, o líder da tal banda Racionais MCs. Os policiais afirmam que ele tentou escapar de uma blitz, e ele diz que foi abordado de forma violenta. O que é fato? Sua Carteira Nacional de Habilitação está com o exame médico vencido, e o carro, em nome da mãe, está com o licenciamento atrasado.

Basta ler, como acabo de fazer, o que este coroa disfarçado de eterno adolescente rebelde pensa sobre a polícia em suas letras para constatar que é impossível demonstrar que os policiais tenham prevenção contra Pedro Paulo, mas que é muito fácil demonstrar que Pedro Paulo tem prevenção contra policiais. O episódio certamente servirá para ele voltar ao noticiário. Acho que isso garantirá shows mais lotados, mais venda de CDs e downloads na Internet. Arrumar “treta” com a polícia, no ramo de entretenimento em que ele atua, é um ativo.

Fiquei de estômago embrulhado não com ele, mas com o amostrado Eduardo Suplicy, o secretário de Direitos Humanos da Prefeitura, um ser patético, com ar de inimputável, mas nunca inocente.

Esse rabeira de celebridade acompanhou o performático senhor à delegacia. Suplicy deu a seguinte declaração: “Imagino que, se houvesse civilidade por parte da PM, não precisaria disso tudo”. Sobre os documentos irregulares, afirmou: “Isso é normal. Eu mesmo já dirigi com a carteira vencida. Eu me pergunto por que tanta brutalidade contra o rapper de maior audiência no Brasil”.

O sr. Fernando Haddad mantém como secretário dos Direitos Humanos um cara que não apenas confessa ter praticado uma ilegalidade como faz a apologia dela, afirmando ser isso muito “normal”. Mais: sem nenhuma apuração, sem investigação, sem nada, comporta-se como juiz e decreta a culpa da polícia – como faz de hábito. Achando que isso é pouco, sugere que, por ser o rapper de maior audiência do Brasil, Mano Brown mereceria um tratamento diferenciado. Por quê? Se ninguém o conhecesse, a suposta brutalidade seria justificada?

A propósito: o Ministério Público não vai fazer nada diante da confissão de Suplicy e do estímulo objetivo de uma autoridade à prática de ilegalidade? Mano Brown fez da cara de mau uma profissão. Suplicy transformou em profissão aquele seu ar meio aparvalhado, mas que pode ser, como a gente vê, moralmente doloso.

Mano Brown precisaria ter, parodiando Antero de Quental, 25 anos a menos de idade ou 25 a mais de reflexão. Suplicy, nos dois casos, uns 50.

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