Salles: esquerda não quer responsabilizar Venezuela por derramamento de óleo

Substância já atinge mais de 130 praias no Nordeste

  • Por Jovem Pan
  • 11/10/2019 17h45 - Atualizado em 11/10/2019 17h53
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Jovem Pan Ele voltou a afirmar que as possibilidades da procedência são muitas e que ainda não se sabe como o óleo chegou ao litoral brasileiro

O ministro Ricardo Salles afirmou, nesta sexta-feira (11), em entrevista ao programa Pra Cima Deles da Jovem Pan, que a esquerda brasileira não quer responsabilizar a Venezuela pelo derramamento de petróleo que atinge praias do Nordeste.

Segundo ele, “há uma contaminação ideológica evidente no tema ambiental” e, como as bandeiras da esquerda “foram sucumbindo ao longo dos anos”, migraram para os “temas difusos”, entre eles o meio ambiente. No caso do derramamento de óleo, existe um componente a mais, pontuou.

“O óleo já é venezuelano, e a Venezuela, junto com Cuba, tem sido o bonequinho da esquerda latino-americana. Então, o assunto fica meio esquecido, porque não pode falar nada que possa dar responsabilidade para a Venezuela”, declarou o ministro.

Salles esclareceu, no entanto, que a investigação que está sendo feita pelo governo é extremamente técnica e não ideológica.”O meio ambiente é uma questão de toda a sociedade, esquerda, direita, liberais, conservadores”, completou.

Ele voltou a afirmar que as possibilidades da procedência do derramamento são muitas e que ainda não se sabe como o óleo chegou ao litoral brasileiro. Salles citou que uma das hipóteses é que tenha saído de um “navio fantasma” — aqueles que transportam a substância de forma ilegal e não têm sistema de rastreamento.

Além disso, o ministro informou que o trabalho dos órgãos responsáveis começou no dia 2 de setembro, quando o problema foi identificado. Porém, explicou que a contenção do óleo é mais difícil, pois trata-se de uma substância mais pesada, que fica abaixo do nível da água. Ou seja, não é possível cercar a área e retirar o produto.

“Por enquanto, toda a vez que a mancha toca nas praias e na costa, limpa, contém e retira. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já removeu 130 toneladas.”

Fundo Amazônia

Salles comentou, também, que existem discussões entre o Ministério do Meio Ambiente e os governos da Noruega e da Alemanha para um possível retorno do Fundo Amazônia. Os repasses pararam em agosto, após a crise das queimadas na floresta e discordâncias com a política ambiental do governo Jair Bolsonaro.

O ministro explicou que o dinheiro não estava sendo bem empregado e que, por essa razão, o ministério sugeriu uma mudança na governança, que foi negada. “Agora, conseguimos chegar num relativo consenso que algumas melhorias podem acontecer e estamos com ideias de retomar as atividades com transparência absoluta. Por enquanto está suspenso, mas aguardamos para poder determinar os parâmetros se o Fundo for mesmo retomado.”

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