Um ano da tragédia de Brumadinho: Salles relembra descaso do PT com fiscalização

  • Por Jovem Pan
  • 24/01/2020 17h47 - Atualizado em 24/01/2020 17h57
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Jovem Pan Ministro do Meio Ambiente participou do programa 'Pra Cima Deles' nesta sexta-feira

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta sexta-feira (24), em entrevista ao programa Pra Cima Deles, que houve descaso do governo do PT na fiscalização da barragem de Brumadinho, que se rompeu há um ano e matou 270 pessoas. Segundo ele, é necessário um corpo técnico bem estruturado e um licenciamento ambiental “feito com conhecimento e técnica” para que situações como essa não se repitam.

“O governo do PT aparelhou o Brasil, aquilo que realmente precisava ter força foi deixado para trás. Vários órgãos, inclusive o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), tinha 12 fiscais para cuidar de todo o território nacional, é impossível. Onde precisava ter um corpo técnico estruturado, não cuidaram. Chega dessa mentabilidade de estado inchado”, disse Salles.

Ele citou como uma das possíveis soluções a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que está tramitando no Congresso e deve voltar às discussões já em fevereiro. “É muito importante para o Brasil”, declarou o ministro.

Conselho da Amazônia

Salles afirmou que o presidente em exercício, Hamilton Mourão, vai fazer um “grande trabalho” no Conselho da Amazônia. Anunciada em 21 de janeiro pelo presidente Jair Bolsonaro, a nova secretaria será vinculada ao Ministério do Meio Ambiente e vai atuar no incentivo à bioeconomia, combate ao desmatamento, apoio à regularização fundiária e pagamento pelos serviços ambientais.

“Grande decisão de Bolsonaro convidar o Mourão para coordenar. Ele conhece a fundo a região”, disse Salles.

De acordo com o ministro, o Conselho terá uma “transversalidade”, pois vai tratar de diversos temas que transcendem a esfera do meio ambiente, como economia, segurança pública e infraestrutura. “Será um ponto de conexão das diversas políticas públicas diferenciando o que se fez no passado, onde havia uma política de repressão, multa. O antigo governo não se preocupou em criar uma alternativa econômica para aquela região”, pontuou.

Segundo Salles, a secretaria vai “preencher as lacunas que, sozinhos, os órgãos não conseguem fazer avançar na velocidade e qualidade que poderiam fazer”. O trabalho não será remunerado e o Conselho vai utilizar a estrutura que já atende Mourão.

Greta

O ano de 2019 foi marcado por conflitos relacionados ao meio ambiente entre o Brasil e figuras internacionais, como a ativista Greta Thunberg e o presidente da França, Emmanuel Macron. Sobre esse assunto, Salles afirmou que “muitos brasileiros fazem questão de falar mal do Brasil no exterior”, principalmente “ONGs que tiveram a torneira fechada e vão gritar lá fora para ver se chantageiam o governo para restabelecer o fluxo de dinheiro”.

O ministro também criticou parlamentares e acadêmicos que “só se preocupam com a sua pauta política”. Ele citou como exemplo as queimadas na Austrália, que foram bem maiores que as do Brasil e não geraram esse montante de críticas.

“Vi isso na COP, na abertura do fórum da ONU… O Brasil está sendo vítima de muitas injustiças. Essa turma entregou o País de bandeja pros interesses nacionais e não precificou isso em favor do Brasil”, completou.

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