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Secretaria de Segurança prevê cerca de 12 mil manifestantes em Curitiba nesta quarta

Lula - EFE

Grupos favoráveis e contrários a Lula esperam mobilização histórica, nesta quarta-feira, em Curitiba, durante o depoimento do ex-presidente.

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A previsão da Secretaria Estadual da Segurança Pública é de que 300 ônibus, com cerca de 12 mil manifestantes, chegarão à capital paranaense até amanhã.

As ruas em torno do prédio da Justiça Federal serão bloqueadas e opositores e apoiadores petistas ficarão em pontos diferentes, para evitar confrontos.

O edifício estará fechado ao público e somente moradores cadastrados e profissionais de imprensa terão acesso à região.

Nesta segunda-feira (08), a Justiça proibiu as montagens de barracas e acampamentos em ruas e praças da cidade.

A decisão é da juíza Diele Denardin, da Quinta Vara de Fazenda Pública de Curitiba, que definiu multa diária de R$ 50 mil, em caso de descumprimento.

A Defensoria Pública do Paraná afirmou que a determinação cria “um constrangimento ilegal” aos manifestantes e vai tentar reverter a sentença.

O secretário de políticas sociais da Central dos Trabalhadores do Brasil, Rogério Nunes, relatou que o objetivo dos atos é garantir o respeito à Justiça. “Se é um depoimento, ele vai fazer o depoimento, dizer a verdade e esperamos um julgamento justo, sério. Que não haja radicalização e que seja um processo jurídico e não político, que a gente desconfia que tem uma tentativa em relação a isso”, disse.

Alguns dos grupos contrários a Lula suspenderam os protestos, depois que o juiz Sérgio Moro pediu que defensores da Lava-Jato não fossem a Curitiba.

O líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, ressaltou que os apoiadores petistas tentam dar dimensões falsas à mobilização. “Eu acho que há espetacularização por parte dos defensores de Lula para tentar demonstrar que o País está dividido. É uma pequena minoria que tenta defender Lula e todos os atos cometidos nos últimos anos”, explicou.

Rogério Chequer acrescentou que a mobilização desta quarta-feira indica que “o ex-presidente insiste em ser tratado de forma diferente dos outros réus”.

A porta-voz do movimento Nas Ruas, Carla Zambelli, afirmou que a mobilização ficará restrita aos grupos de esquerda. “A esquerda sempre aproveita esses momentos para fazer um espetáculo. Então acreditamos que temos de dar paz ao juiz Sérgio Moro trabalhar e a esquerda quer fazer o contrário”.

Carla Zambelli destacou que o fracasso da greve geral do dia 28 indica que o movimento desta quarta-feira em Curitiba também não terá apoio popular.

Em um vídeo divulgado na Internet, o advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, voltou a dizer que o cliente é vítima de um “processo político”. “Em uma democracia, juízes não transmitem vídeos para seus apoiadores. Os atos do juiz Moro, tanto os recentes como o de meses anteriores, reforçam minha visão de que os processos abertos contra o ex-presidente Lula têm motivação política e, por isso, são ilegítimos”, alegou.

Cristiano Zanin Martins se referiu ao vídeo divulgado pelo juiz Sérgio Moro, em que o magistrado pede que apoiadores da Lava-Jato não vão a Curitiba.

Nesta segunda-feira, Moro negou o pedido dos advogados de Lula, que pretendiam fazer uma gravação alternativa do depoimento.

No despacho, ele afirma que a audiência será filmada somente pela própria Justiça Federal, como tem sido feito desde o início da Operação Lava Jato.

Os advogados de Lula declararam que “a negativa afronta uma expressa disposição legal” e prometem recorrer da decisão.

A defesa também pediu nesta segunda-feira a suspensão do depoimento e do processo, que apura irregularidades na compra do tríplex do Guarujá.

A alegação é de que não há tempo suficiente para analisar os 5 mil documentos relativos ao caso, que, reunidos, somam cerca de 100 mil páginas.

*Informações do repórter Vitor Brown

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