Pela primeira vez um presidente da República será investigado pela Polícia Federal. O ministro Edson Fachin autorizou a PF a inquirir Michel Temer e até fixou critérios. Havia dúvidas, já que o presidente será ouvido como suspeito e não como testemunha.
Mas o ministro determinou que o depoimento será por escrito e Temer terá 24h para responder a contar do recebimento do protocolo no Palácio do Planalto.
Pela Constituição, o presidente é blindado e não responde por atos anteriores ao mandato. O presidente foi citado nas delações da Odebrecht, e não houve pedido de abertura de investigação de atos anteriores, mas atuais.
A delação dos donos da JBS levou à abertura do processo contra o presidente, que já reuniu sua equipe jurídica para avaliar as possibilidades de perguntas e suas respostas. A estratégia é tentar levar a decisão sobre o depoimento do presidente para o plenário do Supremo.
Temer está certo de que Rodrigo Janot apresentará denúncia contra ele, o que agrava o processo. O presidente já definiu que ministro com denúncia formalizada se afasta do cargo e réu seria demitido, mas ele mesmo não pensa nem em renúncia.
*Informações do repórter José Maria Trindade