OMS descarta classificar varíola dos macacos como emergência global, mas pede cautela
Especialistas fizeram avaliação sobre o estágio atual do espalhamento da doença
A Organização Mundial da Saúde (OMS) descartou considerar a varíola dos macacos como uma emergência de saúde global no estágio atual de espalhamento da doença, mas recomendou preocupação, em um relatório do primeiro Comitê de Emergência para a enfermidade divulgado neste sábado, 25. Os especialistas que analisaram o crescimento da varíola em diversos países recomendaram que os governos tomem uma ação coletiva para realizar o monitoramento e controle dos casos, e para que compartilhem informações. “No geral, no relatório, eles me informaram que, neste momento, o evento não constitui uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, que é o nível mais alto de alerta que a OMS pode emitir, mas reconheceram que a própria convenção do comitê reflete a crescente preocupação”, afirmou Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS sobre o relatório. “Eles expressaram sua disponibilidade para serem convocados novamente conforme necessário”, completou.
Até agora, foram detectados mais de 3,2 mil casos em mais de 50 países, além dos territórios onde a varíola dos macacos é endêmica, no oeste da África. No Brasil, 17 casos já foram confirmados, dos quais três tiveram a transmissão dentro do próprio país. “Ela requer nossa atenção coletiva e ação coordenada agora para parar a propagação do vírus da varíola dos macacos usando medidas de saúde pública, incluindo vigilância, rastreamento de contatos, isolamento e cuidado de pacientes, e garantindo que ferramentas de saúde como vacinas e tratamentos estejam disponíveis para populações em risco e sejam compartilhadas de forma justa”, disse Ghebreyesus.
Os principais sintomas da doença aparecem de 7 a 21 dias após a infecção. Os pacientes costumam apresentar febre, dores de cabeça e musculares, inchaço dos gânglios linfáticos e erupções cutâneas. As feridas iniciam-se no rosto e depois se espalham por outras partes do corpo. O contato próximo entre seres humanos costuma ser a principal via de transmissão da varíola dos macacos, mas pode ocorrer através do compartilhamento de roupas pessoais, roupas de cama, tosses e espirros. Não há tratamento específico, mas de forma geral os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões.
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