Huawei testa reconhecimento facial que detecta minoria chinesa Uighur
A descoberta acontece em um momento em que a empresa de tecnologia é acusada de promover espionagem para o governo chinês
A empresa de tecnologia Huawei testou um software de reconhecimento facial que poderia enviar alertas automáticos quando câmeras identificassem membros da comunidade Uighur, uma minoria muçulmana que é perseguida pelo governo da China. Desde que as autoridades chinesas começaram a prender uighurs em massa em 2017, já haviam diversos indícios de que esse tipo de ferramenta estaria sendo usada para monitorar essa parcela da população. A informação foi confirmada pelo jornal norte-americano The Washington Post em uma reportagem publicada na terça-feira passada, 8, que afirma que outra companhia de tecnologia, Megvii, também estaria envolvida nos testes. As empresas estariam trabalhando em conjunto desde 2018, quando começaram a desenvolver uma inteligência artificial capaz de identificar rostos em meio à uma multidão e estimar a idade, o sexo e a etnia da pessoa.
Procurado pelo The Washington Post, o porta-voz da Huawei afirmou que tratam-se apenas de testes e que a tecnologia ainda não foi aplicada na prática. Ainda assim, há suspeitas de que o software possa ser usado para perseguir a minoria Uighur pelo governo chinês, que sempre defendeu o uso dessas tecnologias de monitoramento por “questões de segurança” e para frear o terrorismo. No entanto, organizações de direitos humanos não estão convencidas e acreditam que os programas podem acabar levando a discriminação racial. Atualmente, os aparelhos de tecnologia 5G da Huawei estão sendo banidos de diversos países do exterior depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, alegou que a empresaria poderiam estar promovendo espionagem para a China.
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