Biden retoma campanha eleitoral, garante que está bem e promete: ‘Não vou a lugar nenhum’
Democrata disse que não vai desistir de concorrer à presidência, apesar da pressão e ameaça de suspensão de doações dos principais apoiadores
O presidente americano, Joe Biden, chegou nesta sexta-feira (12) ao estado do Michigan determinado a dar prosseguimento à sua campanha, após uma entrevista coletiva que não dissipou as dúvidas sobre as suas chances de reeleição. “Temos que terminar o trabalho. Prometo que estou bem”, garantiu Biden a apoiadores em um restaurante de Northville, no estado em que precisa vencer em novembro se quiser conquistar um novo mandato.Michigan é um dos estados-chave nos quais o Partido Democrata decidiu concentrar seus esforços para derrotar o ex-presidente Donald Trump, do Partido Republicano, nas eleições de novembro. Em um comício, Biden garantiu aos eleitores que não vai desistir da disputa, apesar das pressões que vem recebendo de correligionários para que deixe a corrida presidencial. “Eu sou o indicado (pelo Partido Democrata para concorrer à presidência) e ninguém, nem a imprensa, nem analistas políticos ou os doadores decidiram. Foram vocês, os eleitores”, afirmou o presidente americano na cidade de Detroit.
“Não vou a lugar nenhum”, acrescentou, em meio a uma crise política que se acentuou após seu desempenho desastroso no primeiro debate com Trump, em 27 de junho, sobre o pleito de novembro. Mais de 15 congressistas democratas pediram publicamente que Biden se retire da disputa. O mesmo apelo foi feito por dezenas de analistas políticos e personalidades da imprensa e do entretenimento nos EUA. O presidente “entende que ainda existe uma certa ansiedade” no Congresso, por isso se concentra em “mostrar que é a melhor pessoa para enfrentar Donald Trump e derrotá-lo em novembro”, disse o porta-voz da campanha Michael Tyler. Biden afirmou ontem que é “o mais qualificado” para ser presidente, durante uma coletiva de imprensa que deveria ter selado o seu destino político, incerto desde o debate desastroso de 27 de junho contra Trump, 78.
Em entrevista coletiva realizada na quinta-feira (11), pouco antes de se apresentar aos jornalistas, o presidente chamou o colega ucraniano, Volodymyr Zelensky, de “presidente Putin”. Na coletiva de imprensa, Biden disse “vice-presidente Trump”, em vez de vice-presidente Kamala Harris, para o deleite de seus rivais. “Ótimo trabalho, Joe!”, ironizou Trump. O foco está agora nas principais figuras do partido, especialmente na ex-presidente da Câmara dos Representantes Nancy Pelosi e no ex-presidente Barack Obama. A primeira insistiu nesta semana para que Joe Biden “tome uma decisão”, uma maneira sutil de indicar que ela não necessariamente considera a decisão atual a mais adequada. Já Obama fez campanha com Biden e, até o momento, permanece em silêncio.
Uma reportagem da rede de televisão NBC News que foi ao ar nesta sexta-feira destaca, no entanto, que vários conselheiros muito próximos de Biden acreditam que não há mais uma maneira viável para ele vencer Trump e que ele deveria “se aposentar”, pois “nunca será capaz de se recuperar” de seu fraco desempenho no debate e das crescentes dúvidas sobre sua capacidade de governar por mais quatro anos. Já o jornal The New York Times informou que os principais doadores democratas disseram ao maior comitê de ação política partidária de Biden, o Future Forward, que sua promessa de destinar US$ 90 milhões será suspensa se ele seguir em frente na disputa. Trump continua à frente nas pesquisas e verá sua indicação como candidato pelo Partido Republicano confirmada na próxima semana na convenção da legenda em Milwaukee.
*Com informações da AFP e EFE
Publicado por Sarah Américo
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