Constantino: ‘Analistas erraram feio, como em 2016, e são mais militantes do que profissionais’
Para o comentarista, análise de que Biden ganharia com folga se mostrou totalmente equivocada
As eleições nos Estados Unidos seguem indefinidas. Donald Trump, candidato à reeleição, já declarou vitória, mesmo que o resultado ainda não tenha saído. Rodrigo Constantino analisou a atual situação da disputa. “Temos algumas lições a tirar dessa eleição. A primeira é que, realmente, a mídia mainstream, os institutos de pesquisas, esses ‘analistas’ se mostraram mais uma vez totalmente equivocados, cantavam vitória folgada do [Joe] Biden. Erraram feio, como em 2016, e são muito mais militantes e torcedores do que analistas. A nação está dividida, mas não é uma nação dividida entre branco e negros ou algo assim, até porque o voto de negros e latinos para os democratas decepcionou, segundo análise dos próprios democratas. A divisão que a gente vê é entre cosmopolitas das metrópoles e o meio, aquela ‘midoamérica’, como chamam, ou seja, o povo, a maioria silenciosa versus a elite que vota nos democratas.”
“Além disso, podemos apenas imaginar como seria o resultado sem a pandemia, que tirou o trunfo econômico do Trump e que deu um uso exploratório muito forte para os democratas em relação ao Trump, como se ele fosse incapaz, insensível, genocida, essas coisas que a gente viu no Brasil também. E, por fim, o próprio Trump, se fosse um pouco menos tóxico no seu estilo e não afugentasse aquilo que chamam de ‘soccer moms’, aquelas mães do subúrbio, aquelas pessoas que não consomem política no dia a dia, talvez ele já tivesse levado com alguma folga. Trump é o favorito. Os votos que faltam dificilmente vão para Joe Biden, e o Trump está preocupado com fraude, com toda a razão”, completou.
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