Alta no setor de serviços é boa notícia e indica leve recuperação da economia

O setor de serviços é o maior empregador do país e corresponde a 70% do Produto Interno Bruto (PIB)

  • Por Samy Dana
  • 14/09/2020 13h30
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ISABELLA FINHOLDT/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO Setor de serviços apresentou alta em julho

Os dados do setor de serviços, divulgados na sexta-feira (11) pelo IBGE, trazem boas notícias. O volume de serviços prestados no Brasil cresceu 2,6% em julho, na comparação com junho. Foi a segunda alta seguida. É uma boa notícia. O setor de serviços é o maior empregador do país e corresponde a 70% do Produto Interno Bruto (PIB). Serviços ligados a tecnologia, como portais, aplicativos e plataformas de videoconferência têm alta acima da média, de 2% a 7%. Transporte aéreo subiu 17%. Salões de beleza, serviços de reparos e academias tiveram crescimento de 3,7%. Mas a alta não é para todos os segmentos. Os serviços ligados às famílias, como hotéisrestaurantes, seguem fracos. Em julho, a queda foi de 3,9%. Na comparação com julho de 2019, caiu 54,9%. E de janeiro a agosto, está pouco mais de 38% no negativo.

A explicação é a pandemia. Em muitas cidades do país, bares e restaurantes ainda estavam fechados em julho.Os hotéis, mesmo agora em setembro, seguem como um dos ramos mais afetados pela Covid-19. Caíram quase 40% na comparação com o ano passado. E em consequência, apesar de positivo, o PIB de julho ficou abaixo das previsões do mercado. Se esperava 3,2%. Veio uma alta de 2,6%. Pesam também o desemprego alto e a incerteza. O problema é que se o setor de serviços representa R$ 7 em cada R$ 10 gastos na economia brasileira, desses R$ 7, R$ 6,50 correspondem ao consumo das famílias. Segundo o IBGE, é preciso que agora elas passem a consumir 130% a mais só para retomar os níveis pré-pandemia. Em termos percentuais, é o segmento que mais precisa crescer.

A expectativa é de leve recuperação no terceiro trimestre, apesar de incertezas como o desemprego, o aumento dos gastos públicos e, principalmente, a evolução da pandemia. Mas o cenário que se desenha é inédito nos últimos anos. Desde 2016 o consumo das famílias cresceu acima do PIB. Em 2018 e 2019, elas puxaram o crescimento da economia brasileira. Mas agora empurram o PIB para baixo.

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