Samy Dana: O que dizem as maiores altas do Ibovespa em julho
O quarto mês seguido de alta indica que sobra otimismo entre os investidores brasileiros a respeito do segundo semestre
Em meio à guerra fria entre Estados Unidos e China, da esperança com o surgimento de uma vacina contra a covid-19, o pacote de ajuda de lançado na Europa e alguns balanços de empresas decepcionantes, aqui e no exterior, o Ibovespa deu uma prova de força em julho, subindo 8,26%. O quarto mês seguido de alta indica que sobra otimismo entre os investidores brasileiros a respeito do segundo semestre. Mas até que não impressiona tanto diante dos resultados positivos em julho de cinco ações que fazem parte do índice. A fila das super altas foi puxada pelas ações da WEG. A fabricante catarinense de motores e equipamentos elétricos divulgou lucro líquido acima de 500% no segundo trimestre. As ações reagiram bem, subindo 33,34% no mês.
Confira:
- Ibovespa +8,26%
- WEG +33,34%
- CVC +30,4%
- Via Varejo +27,5%
- Cosan +27,47%
- Cogna +25,26%
Outra alta considerável foi da CVC. A ameaça do coronavírus aos negócios continua, tanto que a ação cai mais de 50% no ano, mas a maior operadora brasileira de turismo se valorizou 30,4% em julho. Resultado do anúncio de que a CVC vai emitir ações para captar entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões e fazer caixa para enfrentar a crise. Já a alta de 27,5% das ações da Via Varejo não é mistério para ninguém. O balanço ainda não saiu, mas dados preliminares indicam que os negócios da varejista decolaram no segundo trimestre, apontando forte crescimento nas vendas online.
Fecham o grupo das cinco maiores altas as ações da Cosan e da Cogna. Os investidores reagiram de maneira positiva ao anúncio da Cosan de que uma subsidiária, a Compass, vai fazer uma oferta primária de ações. O papel subiu quase 27,5% no mês. No caso da Cogna, ex-Kroton, empresa da área de educação, a valorização veio no embalo do lançamento de ações de uma subsidiária, a Vasta. IPO que não foi muito bem, com as ações caindo 12% nos Estados Unidos. Mas uma queda incapaz de reverter a alta fortíssima do papel da controladora.
O desempenho destas empresas e também do Ibovespa no mês demonstra que o otimismo continua. Os investidores seguem apostando que, depois do susto de março, com as medidas de isolamento contra o coronavírus e a queda da bolsa em 30%, a economia brasileira está no caminho da recuperação. Daí os números positivos. Que estejam certos.
*Samy Dana é economista e comentarista da Jovem Pan.
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