Clima hoje está mais fácil para que denúncia contra Temer seja arquivada em plenário

  • Por Jovem Pan
  • 15/09/2017 08h28 - Atualizado em 15/09/2017 08h28
Antonio Cruz/ Agência Brasil O sentimento de corpo talvez ajude a que Temer consiga uma fatura mais barata para poder arquivar esta segunda denúncia

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou nesta quinta-feira (14) o presidente da República, Michel Temer, e mais oito pessoas. A denúncia dessa vez está mais encorpada, mas não significa que está mais consistente. Ainda é uma denúncia amparada na delação da JBS e do doleiro Lúcio Funaro, além das prisões de Joesley e Wesley Batista e Ricardo Saud, além do quadrilhão do PMDB.

Embora ela seja mais vistosa do ponto de vista da denúncia, por conter ex-ministros, ministros, empresários e o próprio presidente, ela é apresentada em um momento em que Janot está deixando o cargo de forma bastante desgastante por conta das revelações de que seu ex-braço-direito, Marcelo Miller, tinha ligações com os delatores da J&F.

A denúncia chega ao Congresso em um momento diferente daquele observado na primeira denúncia contra Temer. Antes se dizia que era difícil barrar a segunda denúncia, mas com as revelações sobre o ex-procurador Miller isso mudou e desgastou a credibilidade do procurador-geral.

Nos dias que antecederam a denúncia, pelo Congresso o que passou a existir foi o espírito de corpo. Deputados e senadores começaram a questionar a credibilidade de Janot. O sentimento de corpo talvez ajude a que Temer consiga uma fatura mais barata para poder arquivar esta segunda denúncia. O clima hoje está mais fácil para que a denúncia seja arquivada e investigada apenas após o fim do mandato do presidente.

Em relação à população, não se vê uma movimentação como na época do impeachment por conta do clima de ceticismo. A descoberta da ligação de Miller com a J&F, a rescisão dos benefícios dos delatores e a prisão dos irmãos Batista e Saud causaram a divisão na sociedade.

Hoje em dia é uníssono o coro de que a acusação é grave, mas ainda tem gente que olha com desconfiança. Outro fenômeno que ajuda para não ter a mobilização nas ruas é a recuperação da economia. Além disso, existe por parte do empresariado um descolamento da realidade política.

Assista ao comentário completo de Vera Magalhães:

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