Vera: Com alívio no PIB, Guedes volta a impor agenda de reformas

  • Por Jovem Pan
  • 04/12/2019 07h58 - Atualizado em 04/12/2019 08h05
José Cruz/Agência Brasil Bom resultado dá força para que a reforma administrativa do ministro, que está suspensa, chegue ao Congresso Nacional

O crescimento de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no terceiro trimestre deste ano, divulgado nesta terça-feira (3) pelo  Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), animou a equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. O ministro da Economia, Paulo Guedes, que andava com suas pautas acuadas desde suas falas polêmicas e a soltura do ex-presidente Lula deve, agora, voltar a ter fôlego para impor sua agenda de reformas e privatizações.

O resultado do PIB é melhor do que se esperava – algo em torno de 0,4% ou 0,5% de alta – e eleva a previsão para o fim de 2019, que permaneceu em boa parte do ano em quedas constantes, abaixo de 1%, e agora projeta-se crescimento em torno de 1,2%. As expectativas para 2020 também aumentaram para cerca de 2,5%.

Os números, apesar de não representarem uma grande recuperação econômica, permitem que Guedes afirme que seu receituário está correndo e que suas propostas, feitas desde a campanha eleitoral, estão surtindo efeito – mesmo que com alguma dificuldade. Por isso, o ministro – que estava calado desde suas falas sobre o AI-5 e alta do dólar -, deve aproveitar a deixa para impor sua reforma administrativa.

O projeto estava suspenso desde que a ala política do governo pediu para que Bolsonaro o segurasse, com medo que, com a soltura de Lula – que atacou duramente a reforma da Previdência e chamou as pessoas para manifestações nas ruas, nos moldes do que vem acontecendo no Chile e na América Latina -, o petista e seu partido usassem a reforma administrativa como discurso de que o atual governo está contra o trabalhador, os mais pobres e a vai acentuar a desigualdade social.

Agora, porém, Guedes está com força para bater o pé e tentar se contrapor a essa ala política. Ele deve conversar com Bolsonaro para que a pauta chegue ao Congresso Nacional logo no início da volta do recesso – já que não há mais tempo para enviá-la neste ano. Além disso, o ministro também deve insistir para que a proposta seja mantida como ele escreveu, sem qualquer tipo de alteração.

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