Vera: Reação do governo sobre Amazônia põe política externa em xeque

  • Por Jovem Pan
  • 23/08/2019 08h18 - Atualizado em 23/08/2019 09h50
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Carolina Antunes/PR País deveria tomar postura mais apaziguadora

Com a repercussão mundial sobre as queimadas na Amazônia que tomou a internet e os noticiários nesta quinta-feira (22), culminada, principalmente, pela publicação do presidente da França, Emmanuel Macron, chamando a situação de “crise internacional”, a postura adotada tanto pelo governo como pelas pessoas de seu entorno foi, mais uma vez, inadequada.

Ao usar uma foto antiga em sua mensagem, Macron provocou uma reação bastante inflamada por parte das personalidades da gestão Bolsonaro. Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), por exemplo, postou em suas redes sociais o vídeo de um dos bolsonaristas mais extremistas de todos chamando o presidente da França de idiota, uma atitude nada diplomática para um indicado a embaixador do Brasil.

Enquanto isso, também em uma linha de ataque, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, chamou a reação internacional de “injusta e mentirosa”, uma vez que Bolsonaro está recuperando “a autoestima e soberania brasileira”, algo que esses países não querem ver, já que se interessam por um Brasil com postura mais acolhida.

O atual assessor especial do governo e ex-comandante do exército, general Eduardo Villas Boas, também não poupou críticas aos franceses, acusando o país de cometer crimes ambientais no passado e serem, portanto, “sem moral” para falar do assunto, além de dizer ter visto uma ameaça militar da França ao Brasil.

Com todas essas reações da ala bolsonarista, não há nenhuma sinalização, portanto, de que o Brasil fará um gesto mais apaziguador para tentar reverter essa imagem no exterior, o que pode por em xeque a política interna do país em vários pontos, como o acordo de livre comércio entre União Europeia (UE) e Mercosul, que exige condições ambientais para acontecer, vendas do agronegócio e até mesmo o sucesso de Bolsonaro na assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU) no mês que vem, onde ele deve iniciar, tradicionalmente, discursando.

 

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