Buenos Aires presta homenagem a Carlos Gardel 80 anos depois de sua morte

  • Por Agencia EFE
  • 24/06/2015 19h44

Buenos Aires, 24 jun (EFE).- Centenas de argentinos lembraram nesta quarta-feira com flores, fotografias – e muito tango – o mítico Carlos Gardel em frente a seu túmulo no cemitério de Chacarita, em Buenos Aires, em uma homenagem que se estendeu durante o dia todo pelos 80 anos da morte do artista em um acidente de avião.

O túmulo de Gardel ficou hoje coberto de flores, imagens fotos e charutos – como os que o cantor costumava levar entre seus dedos – que os fãs deixaram aos pés da estátua de um ídolo que definiram como “imortal” e “fora do comum”.

A área do cemitério de Chacarita na qual estão situados os restos do artista se transformou em um autêntico palco para os que se encorajaram a dançar tango com um desconhecido ou os improvisados “Gardeles” que, vestidos com chapéus e lenços, não pararam de cantar suas canções.

O único momento no qual deixaram de soar os violões e as vozes foi às 18h em ponto, a hora na qual aconteceu o acidente no qual Gardel morreu em 1935.

“A voz de Gardel é algo tão grande que parece nos guiar”, afirmou José “Pepe” Blotta, membro do Centro de Estudos Gardelianos que organizou o ato comemorativo, que também destacou a “personalidade” e o “sorriso permanente” de alguém que, assegurou, estará sempre vivo entre seus fãs.

Com ele concordou o “gardeliano” mais veterano, Juan Dirrosa, que, aos 94 anos e apesar de suas dificuldades para caminhar, não pôde faltar hoje para despedir-se mais uma vez de seu ídolo, aquele a quem deu seu primeiro adeus há 80 anos no velório que aconteceu no Luna Park de Buenos Aires.

“Ele foi sozinho ao enterro e a família inteira achou que ele tinha se perdido”, conta à Efe seu irmão, Pedro Dirrosa, que então tinha apenas três anos, mas lembra perfeitamente como seu pai ficou chateado.

O mais novo dos Dirrosa equipara a fama de Gardel com a de Maradona, mas ressalta que o primeiro se destaca pelo fato de que, após tantos anos, conseguiu manter intacta sua lembrança, algo “fora do comum” que o faz “chorar de alegria”.

O ato no cemitério de Chacarita se uniu hoje a outras comemorações que aconteceram em vários espaços da capital argentina, como a Casa Museu Carlos Gardel, dependente do Ministério de Cultura portenho, que apresentou o disco “Moreno”, composto por canções clássicas em versões novas realizadas por músicos da nova geração.

Discursos no parlamento portenho, exposições que percorrem a vida artística de Gardel e projeções dos filmes protagonizadas pelo mítico cantor também fizeram parte da oferta desta “gardelmania” que se apoderou hoje da cidade.

Além disso, desde o último dia 17 de junho, o Espaço Multiarte da Sindicância Geral argentina acolhe uma exposição de murais gigantes, material inédito do cantor e registros fotográficos do Arquivo Geral da Nação, que se unem às fotografias, sapatos, cartas, chapéus e até um terno de Gardel que estão em exibição no Museu Histórico Nacional.

Gardel morreu no dia 24 de junho de 1935 em Medellín, Colômbia, quando o avião no qual viajava se chocou com outro no momento da decolagem ainda na pista do aeroporto. EFE

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