Campanha retrata Machado de Assis negro e pede substituição em livros

  • Por Jovem Pan
  • 01/05/2019 16h19 - Atualizado em 01/05/2019 16h21
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Reprodução Machado de Assis "Machado de Assis Real" é o nome da página e campanha que visa corrigir o embranquecimento do autor ao longo da história

A Faculdade Zumbi dos Palmares iniciou a campanha “Machado de Assis Real” com o objetivo de retratar o autor como ele era: negro.

Uma foto clássica de Machado foi colorizada e o autor retratado com a pele escura. A iniciativa visa também a substituição da foto antiga em livros didáticos e os do próprio autor.

“Machado de Assis era um homem negro. O racismo o retratou como branco. É hora de reparar essa injustiça”, diz o site da campanha, que também se posiciona como “a primeira errata feita para corrigir o racismo na literatura brasileira”.

No site machadodeassisreal.com.br é possível baixar a nova imagem em vários formatos para que a substituição seja feita. A campanha afirma que “já passou da hora de esse erro ser corrigido. No mês do Dia Mundial do Livroe do Direito do Autor, finalmente, será”.

No fim da página da ação, há também um abaixo-assinado para que “as editoras e livrarias deixem de imprimir, publicar e comercializar livros em que o escritor aparece embranquecido e substitua a imagem preconceituosa pela foto de Machado de Assis real.”

Machado de Assis nasceu em 1839, no Rio de Janeiro. Ele foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta, teatrólogo e autor de grandes clássicos brasileiros como “Dom Casmurro”, “Memórias Póstumas de Brás Cubas” e “Quincas Borba”.

O Ministério da Educação disponibiliza gratuitamente em um site todas as obras publicadas pelo autor, além de fatos sobre sua vida.

Leia o texto de divulgação da campanha na íntegra:

Machado de Assis. O maior nome da história da literatura brasileira. Jornalista, contista, cronista, romancista, poeta, teatrólogo. E o que poucos sabem: negro. O racismo no Brasil escondeu quem ele era por séculos.

Sua foto oficial, reproduzida até hoje, muda a cor da sua pele, distorce seus traços e rejeita sua verdadeira origem. Machado de Assis foi embranquecido para ser reconhecido. Infelizmente.

Um absurdo que mancha a história do país. Uma injustiça que fere a comunidade negra. Já passou da hora de esse erro ser corrigido.

No mês do Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, finalmente, será. Uma foto do Machado de Assis real está disponível aqui no site, para ser colada sobre a foto antiga, preconceituosa.

Uma errata histórica feita para impedir que o racismo na literatura seja perpetuado. Para encorajar novos escritores negros. Para dar a chance de a sociedade se retratar com o maior autor do Brasil. E para que todas as gerações reconheçam a pessoa genial e negra que ele foi.

Que cada estante deste país possa ter um livro de Machado de Assis corrigido. A história agradece.

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