Cortella reflete sobre sucesso de suas obras: ‘Não me incomoda ser pop’
Em entrevista ao Pânico nesta quinta-feira, 8, filósofo falou sobre a repercussão de seus livros e lançamento da obra ‘Quem Sabe Faz A Hora’
Autor de grandes best-sellers da última década nas livrarias de todo o país, Mário Sérgio Cortella foi o entrevistado desta quinta-feira, 8, no programa Pânico. O filósofo comentou sobre o grande sucesso de sua carreira e seus livros publicados. “Não me incomoda ser pop. Todos nós somos acadêmicos de origem. Clóvis de Barros Filho, Luiz Felipe Pondé e Leandro Karnal, todos nós escrevemos livros, temos mestrado e doutorado, nós passamos pelo ritual acadêmico. O que não significa que estamos isentos ou acima das pessoas. Algumas pessoas podem dizer ‘Poxa, mas você faz da filosofia uma atividade de divulgação’, e eu quero fazê-lo. Eu não quero a filosofia encastelada, fechada em alguns lugares. Isso não significa que eu seja o melhor dentro da filosofia, eu inclusive para fazer o que faço tenho que ler muita gente melhor do que eu, que não tem presença na mídia e nas redes sociais”. Cortella ainda refletiu sobre cancelamento e críticas que recebe virtualmente: “Minha postura não é de desprezo a quem de mim não gosta. Se me atinge, eu tenho que mexer comigo e me rever. Se não me atinge, não é comigo. Faz parte da gritaria que tem na praça.”
O filósofo, que lançou recentemente o livro ‘Quem Sabe Faz a Hora’, com título inspirado no sucesso de Geraldo Vandré, ‘Para Não Dizer Que Não Falei das Flores’, comentou sobre os impactos da pandemia na relação humana com a tecnologia, tema que também faz parte de sua mais nova obra. “A tecnologia acelera nossas percepções, mas também acelera nossas confusões. A gente vive um tsunami informacional. O tempo todo estamos conectados, mas é preciso separar.” Cortella também pontuou sobre a vulnerabilidade mental que pode ser sentida em decorrência da pandemia: “Há pessoas que imaginam que medo é sinônimo de fraqueza espiritual. Uma pessoa ficará mais protegida se ela souber que há vulnerabilidade. Nós nos sentimos fracos, mas o que nos fortalece é a junção de nossas qualidades e competências.”
O autor ainda relembrou da importância da atenção dos pais com os filhos no ambiente familiar para o futuro da geração e associou a ausência da família às longas rotinas de trabalho. “Nós estamos vivendo cada vez mais em cidades grandes, morando cada vez mais longe do lugar onde trabalhamos. Foi reduzido o nosso momento livre. O momento que sobra para um adulto para a convivência mudou a relação com os filhos, porque as horas trabalhadas e o trânsito deixam os pais exaustos. É um risco termos uma geração que está crescendo habituada apenas ao consumo de informação, imagens e estímulos, mas não é produtora daquilo que pode ajudar a ser criativo. Por isso que os pais, nessa forma agoniante de sobreviver, acabam se tornando ausentes. O mundo que vamos deixar para os nossos filhos depende muito dos filhos que vamos deixar para esse mundo, é nossa tarefa pensar nisso”, refletiu.
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