Bailarina brasileira Ingrid Silva é vítima de racismo em parque dos EUA: ‘Faxineira?’

Artista, que já mora há 14 anos em Nova York, fez um desabafo nas redes sociais dando detalhes do caso

  • Por Jovem Pan
  • 18/01/2023 09h28
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Reprodução/Instagram/ingridsilva Ingrid Silva Ingrid Silva é bailarina profissional e mora em Nova York há 14 anos

A bailarina clássica Ingrid Silva relatou nas redes sociais um caso de racismo que sofreu durante um passeio que fazia com a família na Filadélfia, nos Estados Unidos. “Estava com a minha família explorando a cidade, conhecendo as coisas e passei por um ato de racismo na rua muito complicado”, contou nos stories do Instagram na última terça-feira, 17. “Um americano, que fala português, estava no parque onde a gente estava, viu eu falando com ela [Laura, filha de Ingrid] em português e falou assim: ‘Ah, brasileira?’. Eu falei: ‘É, sou’. Toda a nossa conversa foi em português.” O americano comentou que esteve no Rio de Janeiro, cidade natal da bailarina, há duas semanas e a brasileira brincou dizendo que ele esteve na melhor cidade do Brasil. “Ele falou assim: ‘Você mora aqui em Filadélfia?’. Eu falei: ‘Não, estou trabalhando aqui. Eu vim para trabalhar’. Ele falou assim: ‘Faxineira?’. Quando ele falou isso, ele me pegou de um jeito, tipo assim, [fiquei em] choque”, contou. 

Morando há 14 anos em Nova York, Ingrid disse que essa foi a primeira vez que lidou com uma situação do gênero. “Nunca conversei com alguém que simplesmente assumisse, por eu ser uma mulher preta, que eu estaria limpando, ou verbalizasse isso. Nada contra as pessoas que limpam, de jeito nenhum, minha mãe foi empregada doméstica, mas não achei que ninguém iniciasse uma conversa desta forma”, comentou. “Olha como o racismo estrutural e a base da pirâmide é louca. Louca não, é tudo estruturado para que as pessoas pretas não tenham oportunidade de crescer ou quando elas crescem não são vistas dessa forma.” Ingrid lamentou o ocorrido e pediu mais consciência. “Pessoas brancas, estudem, se eduquem, parem de falar essas merdas, a gente está cansado de ouvir essas merdas. E isso é para vocês verem que mesmo chegando no patamar que eu cheguei hoje em dia, trabalhando com o que eu trabalho, tudo o que eu represento, por eu ser uma mulher preta, ele me associou [a uma faxineira], não me associou como a presidente do Brasil, ou a diretora de uma grande empresa, uma CEO ou até mesmo uma bailarina clássica, ele ficou surpreso”, enfatizou. A gente pode ser o que a gente quiser”, concluiu. 

 

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