Devido a protestos, mulher de Cid Moreira demora 15 horas para chegar ao enterro do sobrinho

Fátima Sampaio chorou ao falar como foi difícil realizar a viagem pela rodovia Rio-Santos: ‘Estou muito triste’

  • Por Jovem Pan
  • 02/11/2022 16h36 - Atualizado em 02/11/2022 16h58
Reprodução/Instagram/ocidmoreira Fátima Sampaio e Cid Moreira Fátima Sampaio fez a viagem de 15 horas sem Cid Moreira, que ficou em casa com uma enfermeira

Fátima Sampaio, mulher do jornalista Cid Moreira, demorou 15 horas para conseguir chegar ao velório de um sobrinho, que morreu aos 36 anos, devido aos bloqueios de caminhoneiros e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PT) – que estão protestando desde segunda-feira, 31, contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quarta-feira, 2, Fátima apareceu chorando e falou: “Estou muito triste. Eu, sinceramente, estou pouco cagando para quem ganhou a eleição. Eu perdi um sobrinho, moço, de 36 anos, que eu gostava demais e levei de 14 para 15 horas para ir para o velório e para o enterro. Levei o mesmo tanto [para voltar], cheguei aqui quase ontem a noite e fiquei muito triste, claro, e enlouquecida na viagem, que devia ser de umas seis horas”. A mulher de Cid disse que fez a viagem pela rodovia Rio-Santos, que liga o litoral do Rio de Janeiro ao de São Paulo, mas não especificou seu destino.

“Fui tentando contornar para me despedir desse menino tão significativo para mim e fiquei pensando no valor da vida, no valor das coisas. Sinceramente, o que é que vale aqui nessa vida? O que tem de importante? Por que a gente enlouquece, se ilude tanto e esquece do principal? Para ele, agora não interessa quem ganhou, qual o futuro do país, qual não é o futuro. Foi uma coisa violenta, dez dias hospitalizado perdeu a vida”, contou Fátima, que não escondeu sua indignação. “Por que a gente perde a noção do que vale e do que não vale? Amem mais, beijem mais. Deixei o Cid em casa e, claro, deixei uma enfermeira tomando conta [dele] à noite para não acontecer nada, a menina que trabalha aqui ficou também. Foi praticamente uma loucura, uma aventura doida. Sai daqui 10h da manhã na segunda, cheguei quase 23h da noite lá, já estava acontecendo o velório, fiquei até às nove e pouco, que era a hora do enterro, depois vim para o Rio e cheguei aqui às 22h da noite.” 

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