Ópera de Dallas cancela evento com Plácido Domingo após novas denúncias

Cantor de 78 anos nega todas as acusações e cita ‘campanha’ para denegrir sua imagem

  • Por Jovem Pan
  • 06/09/2019 16h23
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EFE Ao todo, 11 mulheres denunciam tenor de assédio ou importunação sexual

A Ópera de Dallas, nos Estados Unidos, cancelou uma cerimônia que teria a participação de Plácido Domingo, em março de 2020, após uma mulher que ensina canto na Universidade Cristã do Texas se unir a outras que acusaram o tenor espanhol de assédio ou abuso sexual.

“À luz dos eventos sobre as acusações feitas contra Plácido Domingo, a Ópera de Dallas decidiu cancelar a cerimônia do dia 11 de março de 2020, onde estava previsto que atuasse”, afirmou a instituição em comunicado.

A denunciante, Angela Turner Wilson, é filha de R. Gerald Turner, presidente da Universidade Metodista Meridional e irmã da atriz Jessica D. Turner.

Na quinta-feira (5), a Ópera Nacional de Washington indicou sua preocupação após novas acusações públicas de abuso e comportamento indevido por parte de Domingo.

Em uma nota enviada à Agência Efe, a presidente do Centro Kennedy, Deborah F. Rutter, da qual a ópera depende, e o diretor-geral da Ópera Nacional de Washington, Timothy O’Leary, expressaram seu desânimo e perturbação “após ter lido as novas acusações”.

Ao anunciar sua decisão sobre a cerimônia programada para março do próximo ano, a Ópera de Dallas citou “os últimos eventos em relação às acusações contra Plácido Domingo”.

Até o momento, 11 mulheres denunciaram o abuso sexual e comportamento indevido de Domingo, segundo uma informação publicada pela agência americana Associated Press (AP). Desde então a Orquestra da Filadélfia e a Ópera de São Francisco cancelaram seus concertos.

Angela Turner Wilson, de 48 anos, trabalhou com o tenor espanhol na peça “Le Cid”, de Jules Massene, representada na Ópera de Washington durante a temporada 1999-2000, quando Domingo era o diretor artístico dessa entidade.

De acordo com o depoimento da cantora, Plácido Domingo entrou em seu camarim antes de uma apresentação e a tocou diversas vezes, um comportamento que a deixou “atônita” e “humilhada”.

Por sua parte, Domingo negou as novas acusações de abuso sexual e comportamento indevido publicadas ontem contra ele, segundo um comunicado de sua porta-voz enviado à Agência Efe.

“A atual campanha da ‘AP’ para denegrir Plácido Domingo não é apenas imprecisa, como foge à ética. Estas novas acusações estão repletas de inconsistências e, como na primeira história, simplesmente são incorretas de muitas maneiras”, indicou a porta-voz do tenor, Nancy Seltzer, que novamente se referiu à investigação da Ópera de Los Angeles.

“Devido a (existência de) uma investigação em curso, não comentaremos detalhes específicos, mas negamos firmemente a imagem enganosa que ‘AP’ está tentando pintar do sr. Domingo”, acrescentou”, apontou Seltzer.

No início do mês passado, a “AP” informou que nove mulheres, todas de forma anônima, com exceção de uma, denunciaram ter sofrido assédio sexual. Domingo alegou que acreditava que suas “relações” e “interações” eram “bem-vindas e de comum acordo”.

*Com Agência EFE

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