Poetisa americana Louise Glück conquista Nobel de Literatura 2020
Escritora que tem entre seus temas a infância e a vida familiar foi reconhecida por ‘inconfundível voz poética que, por meio da beleza austera, torna universal a vida individual’
A poetisa americana Louise Glück é a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2020, pela “sua inconfundível voz poética que, por meio da beleza austera, torna universal a vida individual”, anunciou nesta quinta-feira (8) a Academia Sueca, com sede em Estocolmo. Glück, nascida em 1943 em Nova York, mora em Cambridge, Massachusetts e é professora de inglês na Universidade Yale.
As obras de Louise Glück, que publicou 12 coleções de poesia e alguns volumes de ensaios sobre poesia, caracterizam-se, segundo a Academia Sueca, por um esforço de clareza. “Em seus poemas, o eu escuta o que resta de seus sonhos e ilusões, e ninguém pode ser mais difícil do que ela para enfrentar as ilusões de si mesmo”, acrescentou a instituição sobre Glück. Os seus temas são a infância e a vida familiar, a relação estreita com os pais e irmãos através da qual procura o universal, para o qual se inspira nos mitos e motivos clássicos, presentes na maior parte das suas obras.
Seu primeiro trabalho foi “Firstborn” (1968) e logo foi aclamada como uma das poetisas mais destacadas da literatura americana contemporânea. Ela recebeu vários prêmios de prestígio, incluindo o Pulitzer (1993) e o National Book (2014). Com livros como “The Triumph of Achilles” (1985) ou “Ararat” (1990), Glück encontrou um vasto público dentro e fora dos Estados Unidos.
“Avernus” (2006) é, na opinião da Academia Sueca, “uma coleção magistral, uma interpretação visionária do mito da descida de Perséfone ao inferno no cativeiro de Hades, o deus da morte. Outro feito espetacular é a última coleção de Louise Glück, ‘Faithful and Virtuous Night’ (2014)”, acrescenta a instituição sobre o trabalho premiado. Segundo o secretário permanente da Academia, Ander Olson, em seus ensaios, Louise Glück tem dialogado com outros importantes da língua inglesa, como T.S. Eliot e John Keats.
Nos 120 anos de história do prêmio, a Academia Sueca – que o dispensou em várias ocasiões e em outras premiou mais de um autor – distinguiu 116 escritores, dos quais apenas 16 são mulheres e 80% são da Europa ou América do Norte, com domínio claro da língua inglesa (30 vencedores, incluindo Louise Glück), à frente da francesa e alemã (14) e da espanhola (11). O prêmio de Literatura, como os demais prêmios Nobel, será entregue no dia 10 de dezembro, aniversário da morte do fundador dessas distinções, Alfred Nobel.
*Com EFE
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