Manoel Carlos assume “dificuldade em acertar o rumo” de novela global
Após três meses de exibição, a novela Em Família, da TV Globo, chega, nesta quinta-feira (29), ao capítulo 100. Por conta disso, o autor Manoel Carlos foi procurado pelo jornal Extra para fazer um balanço da trama até agora e confessou que está com dificuldade para “acertar o rumo” da história.
“É um trabalho um pouco fora da minha rotina de novelas, pois estou com mais dificuldades de acertar o rumo do que algumas das anteriores. Mas a conclusão é positiva. Escrever continuamente continua sendo um prazer cheio de desafios, exigindo o conhecimento de novos caminhos na dramaturgia que desenvolvo há mais de 50 anos”, disse.
“Acho muito cedo para analisar a novela antes do ponto final. Faltam no máximo 50 capítulos para terminar e muitas surpresas estão previstas. Aguardemos mais dois meses. Parece pouco, mas falta ainda um terço da novela”, completou.
Em seguida, o autor comentou alguns dos principais núcleos da trama, como a complicada relação entre Clara (Giovanna Antonelli) e Marina (Tainá Müller), e garantiu que, se não conseguir aumentar os índices de audiência nos próximos dias, ficará chateado, mas “não cortará os pulsos”.
“A relação de Marina e Clara não pode ser vista como uma relação comum nas novelas. Elas obedecem a uma certa cronologia, em que a história não pode ser atropelada pela pressa. Para o público tudo é urgente. Desde o capítulo em que o romance delas foi declarado, que as pessoas cobram um beijo. Se esse beijo tivesse sido apresentado, já no dia seguinte o público estaria pedindo mais. E isso não teria sido possível oferecer. A relação enfrenta as dificuldades reais às suas circunstâncias. Não é entre duas mulheres descoladas e seguras da sua sexualidade. Clara ainda hesita dar o passo necessário. Ainda avalia se o seu amor vale todos os sacrifícios que exige: é uma mulher bem casada e com um filho que está na pré-adolescência. Qualquer pessoa madura hesitaria. Quanto à relação do público, estamos certos de que esse caso, como tantos outros, dividirá as opiniões: muitos gostarão, muitos não gostarão”, explicou.
“E a audiência é fundamental não apenas na televisão, mas ela merece várias leituras, algumas delas mais visíveis com o passar do tempo. Portanto, não instantâneas. Em Família não teve até aqui uma audiência tão expressiva quanto a que consegui nas novelas anteriores, mas acredito que nessa reta final alcançaremos uma boa avaliação. Lamentarei se isso não acontecer, mas não cortarei os pulsos”, finalizou.
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