Chico Buarque recebe o Prêmio Camões 2019
O cantor, compositor e escritor brasileiro Chico Buarque ganhou o Prêmio Camões 2019. O anúncio foi realizado nesta terça-feira (21), no Rio de Janeiro, após uma reunião na sede da Biblioteca Nacional. Chico é o 13º brasileiro a levar a honraria, que premia escritores lusófonos pelo conjunto da obra com 100 mil euros (cerca de R$ 450 mil).
O vencedor foi escolhido por uma equipe de seis jurados indicados pela Biblioteca Nacional do Brasil, pelo Ministério da Cultura de Portugal e pela comunidade africana. São eles os portugueses Clara Rowland e Manuel Frias Martins, os brasileiros Antonio Cicero Correia Lima e Antônio Carlos Hohlfeldt, a angolana Ana Paula Tavares e o moçambicano Nataniel Ngomane.
Chico Buarque já havia vencido, em 2010, o Jabuti, principal prêmio literário brasileiro, pelo seu romance “Leite Derramado”, em 2006, com “Budapeste”, e em 1992, com “Estorvo”. Embora sua carreira musical seja a mais proeminente, ele também já escreveu peças de teatro, como “Roda Viva”, “Gota d’Água”, “Calabar” e “Ópera do Malandro”.
O prêmio
O primeiro vencedor do Prêmio Camões foi o escritor português Miguel Torga (1907-1995), em 1989. O primeiro autor brasileiro a ser eleito foi João Cabral de Melo Neto (1920-1999), no ano seguinte. Em 1991, o moçambicano José Craveirinha (1922-2003) se tornou o primeiro escritor africano a receber a premiação. Já a primeira mulher a ser galardoada foi a brasileira Rachel de Queiroz (1910-2003), em 1993.
Ao todo, um angolano, dois cabo-verdenses, dois moçambicanos, 12 portugueses e 12 brasileiros receberam a honraria. Em 2006, o luso-angolano José Luandino Vieira se tornaria o segundo representante de Angola, depois de Pepetela, a ganhar o Camões, mas recusou o prêmio por, na época, estar há 30 anos sem escrever.
O último brasileiro a vencer o Prêmio Camões foi Raduan Nassar, autor de clássicos como “Lavoura Arcaica” e “Um Copo de Cólera”, eleito em 2016. Além dele, os brasileiros ganhadores do Camões são: João Cabral de Melo Neto (1990), Rachel de Queiroz (1993), Jorge Amado (1994), Antonio Candido (1998), Autran Dourado (2000), Rubem Fonseca (2003), Lygia Fagundes Telles (2005), João Ubaldo Ribeiro (2008), Ferreira Gullar (2010), Dalton Trevisan (2012) e Alberto da Costa e Silva (2014).
*Com Estadão Conteúdo
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