O Império e seu príncipe: a relação eterna de Arlindo Cruz com a verde e branco da Serrinha

Sambista compôs 12 samba-enredos para a Império Serrano e foi homenageado em vida em 2023, quando foi tema da agremiação e desfilou mesmo com sequealas do AVC

  • Por Jovem Pan
  • 08/08/2025 17h33 - Atualizado em 08/08/2025 18h22
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Pedro Kirilos/Estadão Conteúdo Arlindo Cruz, acompanhado de sua esposa Bárbara Cruz, ao ser homenageado no desfile da escola de samba Império Serrano, na Marquês de Sapucaí Arlindo Cruz, acompanhado de sua esposa Bárbara Cruz, é homenageado no desfile da Império Serrano em 2023, na Marquês de Sapucaí

Arlindo Cruz, morto nesta sexta-feira (8) aos 66 anos, construiu ao longo da vida uma relação de profunda identificação com o Império Serrano, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio de Janeiro. Nascido em Madureira, na zona norte da cidade, o cantor e compositor cresceu em uma família ligada ao samba e desde cedo se aproximou da verde e branco da Serrinha, transformando-se em um de seus mais importantes baluartes.

A trajetória de Arlindo na escola começou nas disputas de samba-enredo, ainda nos anos 1980, quando já se destacava como integrante do Fundo de Quintal. Sua primeira vitória veio em 1989, ao lado de Beto Sem Braço, Aluízio Machado e Bicalho, com “Jorge Amado, Axé Brasil”, homenagem ao escritor baiano. A partir daí, compôs 11 sambas-enredo para o Império, entre eles clássicos como “E verás que um filho teu não foge à luta” (1996), sobre o sociólogo Betinho, e “O Império do Divino” (2006), vencedor do Estandarte de Ouro.

Mesmo nos anos em que a escola passou por dificuldades e chegou a desfilar no Grupo de Acesso, Arlindo manteve presença constante na quadra, nos ensaios e na Avenida. Sua ligação ia além da música: ele representava a alma imperiana. Em 2023, já afastado dos palcos por sequelas de um AVC sofrido em 2017, Arlindo foi homenageado em vida no enredo “Lugares de Arlindo”. No desfile, atravessou a Marquês de Sapucaí no último carro alegórico, ao lado da família, médicos e amigos, sob forte comoção do público. Apesar de o Império ter encerrado o Carnaval na última colocação e ser rebaixado, a apresentação ficou marcada pela reverência ao sambista.

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Ao longo da carreira, Arlindo Cruz compôs para outras agremiações, como Vila Isabel e Grande Rio, mas foi no Império Serrano que construiu sua história mais duradoura e afetiva. Como destacou a própria escola em nota após sua morte: “Arlindo Cruz é parte da alma do Império Serrano. Seu nome, sua música e sua história jamais serão esquecidos.”

Publicado por Felipe Dantas

*Reportagem produzida com auxílio de IA

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