Pizza napolitana, uma arte prestes a se tornar patrimônio mundial

  • Por Agencia EFE
  • 13/04/2015 06h31
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Belém Delgado.

Roma, 13 abr (EFE).- Para levar à boca uma pizza napolitana primeiro é preciso cozinhá-la e isto requer seguir passos que seus artesãos mais apaixonados elevaram à categoria de arte e que pode chegar a ser parte do Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

A denominada “arte dos pizzaiolos napolitanos” foi recentemente incluída na lista de candidaturas que serão analisadas pelos especialistas da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em um longo processo de seleção que não terminará antes de 2016.

Mas, na cidade de Nápoles, no sul da Itália, esses artesãos da cozinha já podem comemorar ter superado o primeiro crivo, realizado em nível nacional, enquanto buscam o reconhecimento mundial a essa tradição gastronômica.

“É um saber transmitido de geração em geração”, disse à Agência Efe Claudio Sebillo, diretor da associação dos pizzaiolos napolitanos, que impulsiona agora a coleta de um milhão de assinaturas depois das 300.000 apresentadas no ano passado para respaldar a iniciativa.

Com orgulho, Sebillo comenta que a arte de fazer pizza é uma “habilidade inimitável”, que, ao contrário do que ocorre em outros lugares, em Nápoles mantém seu espírito artesanal tanto na preparação da massa como no momento de lançar mão dela e fazê-la voar para estendê-la.

Como bom purista na matéria, Sebillo desconfia dos que não cozinham a pizza à moda napolitana: em fornos que estejam a cerca de 450 graus centígrados e por noventa segundos. Se não se faz assim, “fica mais crocante”, afirmou com certa desaprovação.

Sebillo considera que “o pizzaiolo se aproxima cada vez mais à figura do chef” e que na última década o negócio da pizza, ícone da culinária italiana, ganhou força apesar da crise generalizada no setor de restaurantes.

Sua expansão pelo mundo, aliás, foi um dos critérios que a Comissão Italiana para a Unesco levou em consideração para aceitar sua candidatura, explicou à Efe seu presidente, Giovanni Puglisi.

“É uma candidatura muito especial, sobretudo para a Campânia (região cuja capital é Nápoles)”, acrescentou Puglisi, para a qual representa uma forma de dieta “muito simples” e ao mesmo tempo um expoente de sua vida gastronômica.

Segundo a especialista do Instituto Nacional da Nutrição, Laura Rossi, a pizza, entendida como massa, tomate, mozzarella e azeite, tem cerca de 350 calorias por cada cem gramas.

Uma opção completa e rica em carboidratos na qual as proteínas dos cereais da pizza e do leite desse queijo se complementam, e dessa mistura sai um produto que deslumbra “o mundo todo”, destacou a nutricionista.

Essa tradição começou com a evolução de uma pizza marguerita, protótipo da napolitana, que, reza a lenda, foi preparada pelo pizzaiolo Raffaele Esposito em 1889 para a então rainha da Itália, Margarida de Sabóia.

De suposta origem real, essa pizza é agora um dos pratos mais populares, como provam as pessoas que em Nápoles e outras cidades do mundo fazem fila a cada dia nos arredores das pizzarias por uma generosa fatia do que pode em breve se transformar em patrimônio da humanidade. EFE

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