Servidores da Cultura protestam contra a falta de valorização do setor
Cerca de 40 servidores públicos do setor da Cultura se reuniram hoje (15) em frente ao Museu da República, no Catete, zona sul do Rio, com o objetivo de conseguir o apoio dos frequentadores dos jardins do museu para a paralisação da classe, iniciada na segunda-feira (12) em todo o território nacional.
Os servidores fazem, ao longo do dia, diversas atividades ligadas à cultura, como desenhos sobre as paisagens no entorno do museu e leituras dramáticas. Os funcionários públicos pedem que a cultura seja valorizada pelo governo federal, que seja concedido aumento da verba no orçamento da União para o setor, conservação adequada de bens imóveis, como os museus e casas históricas, entre outras reivindicações.
“Nesta greve estamos comemorando o triste aniversário de 10 anos de acordos descumpridos com o governo. A gente tem um quadro muito grande de servidores que estão prestes a se aposentar nos próximos três anos. O Ministério da Cultura e as instituições vinculadas correm sério risco de extinção se nada for feito neste sentido”, informou uma das integrantes do Comando Estadual de Greve, Izabel Costa.
De acordo com Izabel, foram feitas três paralisações de 24h como aviso, antes de ser decretada a greve dos servidores em território nacional.
“É uma greve nacional e hoje a gente tem uma reunião em Brasília. A gente não quer nenhuma negociação. A gente quer a implantação dos acordos já feitos. Os museus do Rio estão fechados, inclusive, a Semana Nacional de Museus não está acontecendo na cidade”, completou.
O presidente da Associação dos Servidores da Fundação Biblioteca Nacional, Otavio Oliveira disse que a Fundação Biblioteca Nacional vem, ao longo dos anos, apresentando diversos problemas estruturais, como queda de reboco, falha no ar-condicionado, número de mesas inferior ao de funcionários, entre outros.
“A Fundação Biblioteca Nacional está cercada por um tapume há dois anos, porque caiu um reboco em um dos beirais da biblioteca. Fizeram uma denúncia para a Defesa Civil e eles interditaram a biblioteca. Agora que foram iniciadas as obras, com a nova gestão”, informou.
Os servidores reivindicam a negociação de gratificações por titularidade, a equiparação salarial com funcionários públicos da Agência Nacional de Cinema e da Fundação Casa Ruy Barbosa, maior participação na formulação das políticas públicas na área de cultura e uma reunião com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) para tratar da questão salarial.
O Ministério do Planejamento já declarou, contudo, que não vai autorizar aumentos salariais neste ano, para evitar impacto fiscal e porque ainda está em vigor um acordo assinado pela Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef) que garantiu reajuste de 15,4% em três anos – 2013, 2014 e 2015. À frente da greve, a Condsef afirma que um acordo assinado especificamente com os servidores da cultura, no ano anterior, previa negociação das pautas reivindicadas em até 180 dias, o que não ocorreu.
Editor Valéria Aguiar
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