‘Deveria ser o dia mais feliz da minha vida’, diz estudante que briga por autoria de ‘O Sétimo Guardião’

  • Por Eduardo F. Filho
  • 12/11/2018 14h55 - Atualizado em 12/11/2018 15h11
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Gabriel Cotta/Globo Novela que estreia nesta segunda-feira passa há meses por imbróglio judicial

Silvio Cerceau, aluno da Masterclass de Aguinaldo Silva e principal nome entre os 26 estudantes que reivindicam a co-autoria da nova novela das 21h da TV Globo, “O Sétimo Guardião“, que estreia nesta segunda-feira (12), disse, em comunicado enviado à Jovem Pan, que esse “deveria ser o dia mais feliz” da sua vida, mas que não será por “ganância e ego” de um “senhor que se acha acima da lei acobertado por uma emissora que se acha dona de tudo”.

Cerceau mantém a posição adotada desde o início do imbróglio e segue afirmando que a sinopse e o primeiro capítulo da novela são de autoria dos alunos e não do professor.

“Aguinaldo Silva e sua equipe apenas estão desenvolvendo a história dos personagens que criamos, estão contando as tramas que criamos, mesmo que ele traga para incrementar a história personagens de outras histórias dele, mesmo que tudo se passe em Serro Azul, cidade que sugerimos em homenagem a ele, tendo em vista que essa cidade foi citada muitas vezes, mas nunca apareceu, mesmo que ele minta, de pés juntos, publicamente, a história é nossa, e estamos de consciência limpa”, escreveu no que chamou de “desabafo”.

“O que me resta é esperar que a justiça seja feita, apesar de tudo ainda acredito na justiça brasileira, ainda acredito que esse ser pernicioso não dorme tranquilo de consciência limpa, como finge publicamente”, completou.

Meses atrás, ele contou que entraria com uma liminar para suspender a exibição do primeiro capítulo da novela – o que de fato aconteceu no final de outubro. Ainda sem a resposta da magistrada, declarou nesta tarde à reportagem que seu advogado “está tomando todas as providências” e que espera ter uma resposta ainda nesta segunda.

“Uma certeza tenho: O SÉTIMO GUARDIÃO será o maior sucesso dos últimos tempos, é novela inédita, tem sangue novo correndo ali, não é um autoplágio que os os autores vêm praticando sempre, ou seja contam a mesma história de forma diferente”, encerrou.

A carta: “O começo da luta contra o direito tirado”

Em meados de outubro, seis alunos da mesma Masterclass escreveram uma carta aberta à imprensa reforçando o direito deles na autoria da novela.

No texto, os alunos disseram que ficaram surpresos com o início da produção da novela e que “Aguinaldo Silva e seus representantes passaram a utilizar a imprensa, as mídias sociais e a Justiça para afastar os roteiristas da Master Class 3 da obra e convencer a todos ser ele o único criador da história e, portanto, o único detentor de direitos sobre a mesma. Tal movimento, naturalmente, causou indignação, uma vez que o autor e seus representantes passaram a propagar inverdades sobre a criação da obra e declarações desrespeitosas, alegando que os co-autores seriam pessoas sem experiência, sem competência profissional e teriam contribuído de forma ínfima”.

Na época, em entrevista à Jovem Pan, Cerceau e Washington Duque (um dos estudantes que assinam a carta) disseram que sentiram medo de enfrentar o novelista, mas que a busca pelos seus direitos e o fato de estarem “do lado da verdade” foi maior do que os receios.

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