Justiça nega pedido de prisão contra William Bonner por incentivar vacinação de crianças
Tribunal de Justiça do Distrito Federal arquivou ação por considerar que os argumentos apresentados ‘reproduz teorias conspiratórias, sem qualquer lastro científico e jurídico’
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal arquivou no último domingo, 16, uma ação contra o jornalista William Bonner movida pelo advogado Wilson Issao Koressawa, na qual era pedida a prisão no apresentador do “Jornal Nacional”, assim como “o afastamento do representado do cargo ou a proibição de ele incentivar a vacinação obrigatória de crianças e adolescentes [contra a Covid-19] e a exigência de passaporte sanitário”. Wilson, que nas redes sociais se define como um ex-oficial de Justiça e um promotor aposentado, já concorreu ao cargo de Deputado Distrital pelo PDT, em 1998, e pelo PSD, em 2002. Já em 2006, tentou novamente concorrer ao mesmo cargo pelo PSOL, mas a candidatura foi indeferida. Sem apresentar provas, ele acusou o apresentador de participar de uma suposta organização criminosa, de induzir as pessoas ao suicídio, de “causar epidemia, mediante a propagação de germes patogênicos” e “envenenar água potável”.
Na decisão da juíza Gláucia Falsarella Pereira Foley, a que a Jovem Pan teve acesso, é descrito que a acusação “reproduz teorias conspiratórias, sem qualquer lastro científico e jurídico, esvaziando seu texto em mera panfletagem política”. A magistrada também declara que “o Poder Judiciário não pode afagar delírios negacionistas”. “Vivemos tempos obscuros traçados por uma confluência de fatores. É preciso coragem, maturidade e consistência política e constitucional para a apuração das devidas responsabilidades pelas escolhas que foram feitas”, pontua Gláucia na decisão. Também foi destacado que “exercício da liberdade de imprensa assegura ao jornalista o direito de expender críticas a qualquer pessoa, especialmente contra autoridades e agentes do Estado”. A vacinação infantil contra a Covid-19 já é uma realidade no Brasil. Na última sexta-feira, 14, Davi Xavante, um menino indígena de 8 anos, foi a primeira criança a receber o imunizante, em São Paulo.
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