Brasil cai nos pênaltis contra Suécia e irá lutar pelo bronze no futebol feminino
O sonho de conquistar a medalha de ouro no futebol feminino foi adiado para as brasileiras. Nesta terça-feira, a equipe liderada por Marta, perdeu para a Suécia nas semifinais e terá que lutar pelo bronze nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, na sexta-feira, em São Paulo. As suecas se defenderam durante o tempo normal e mais a prorrogação para não levar gols, empatar por 0 a 0 e derrubar o Brasil nos pênaltis por 4 a 3.
Maracanã, palco do duelo entre Brasil e Suécia, estava lotado. De um lado a imensa torcida verde e amarela, que confiava no talento de Marta e no retrospecto recente contra a Suécia. Afinal, há dez dias a vitória havia sido por 5 a 1. Porém, dessa vez a defesa sueca trabalhou muito bem, principalmente a goleira Lindhal, que nos pênaltis defendeu as cobranças de Cristiane e Andressinha.
Marta acertou o seu chute nas cobranças decisivas, assim como a goleira Bárbara novamente fez ótima defesa no chute de Asllani. Mas foi pouco diante da determinação e paciência de adversárias que durante 120 minutos se seguraram atrás para esperar a chance de cobrar pênaltis. Abusando da catimba, a Suécia valorizou todas as paradas de bola, demorando para bater tiro de metas, atrasando para cobranças de laterais, além da postura defensiva.
O JOGO – Dez dias após o Brasil golear a Suécia por 5 a 1 no Engenhão, pela fase de grupos, as equipes se encontraram sob condições bem diferentes. A seleção da casa não fez mais gols no torneio desde então, enquanto as adversárias chegaram à semifinal como zebra. A receita delas para buscar a decisão foi a mesma da usada contra as americanas, atuais campeãs mundiais: jogar na defesa com a esperança de levar aos pênaltis.
O futebol olímpico estreou no Maracanã em tarde de sol, calor e ótima presença da torcida. As imensas filas do lado de fora adiaram a entrada do público. Muitos chegaram ao estádio quando o Brasil já iniciava a longa batalha contra a retranca sueca, posicionada em um 4-5-1 obediente ao extremo. Nem mesmo quando tinha chance de atacar a equipe abria mão do esquema.
Ao Brasil restava a paciência de explorar uma brecha. Marta, com o nome gritado pelo estádio, era a mais acionada pela direita. Quando a opção ficou óbvia e marcada demais, era a vez de explorar a esquerda. A alternância de lados seria uma opção produtiva se tivesse uma atacante centralizada capaz de finalizar ao gol. Sem Cristiane, ficou difícil. Ainda assim a equipe da casa chegou com perigo duas vezes com Debinha e quase marcou graças a um gol contra.
Os sustos vinham no ataque, mas também na defesa. O time avançava demais e deu à Suécia espaços para dar trabalho. A goleira Bárbara deu a bola de presente para o ataque sueco e quase complicou a situação. O passar do tempo era prejudicial somente para o Brasil, pela expectativa e ansiedade de um estádio lotado, mas que não exercia tamanha pressão. A torcida no Maracanã foi mais uma apreciadora silenciosa do jogo do que atuante na briga por vaga na final.
No segundo tempo o calor e o cansaço a partida cair. Marta pouco apareceu e, sem ela, o time dominou sem ameaçar. O jogo ficou monótono e parte da torcida até se desligou do gramado para protestar contra o presidente em exercício, Michel Temer, e para pedir a entrada de Cristiane, em recuperação de lesão.
O apelo só foi atendido para o começo da prorrogação. A forma abaixo do ideal dela, somada ao cansaço do Brasil pelo segundo jogo seguido no tempo extra não alteraram o panorama do jogo. Foi a Suécia quem criou mais lances de perigo, antes de Marta perder uma chance nos acréscimos e do apito decretar a ida aos pênaltis.
A torcida já tinha começado a gritar o tradicional “eu acredito” quando as cobranças começaram. As suecas demonstraram mais tranquilidade, ao deslocar a goleira Bárbara na maioria dos chutes. O desfecho ficou para Dahlkvist, que converteu e silenciou de vez o Maracanã.
Além de Dahlkvist, Schelin, Seger e Fischer também converteram suas penalidades, enquanto apenas Marta, Andressa Alves e Rafaelle marcaram pelo Brasil nesta disputa.
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