Brasil joga bem, mas não conclui em gol e palco do tetra vê empate com o Equador

  • Por Estadão Conteúdo
  • 05/06/2016 09h35
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PSD104. PASADENA (CA, EE.UU.), 04/06/2016.- El brasileño Willian (i) supera la marca del ecuatoriano Walter Ayoví (d) hoy, sábado 4 de junio de 2016, durante un partido por el grupo B de la Copa América, en Pasadena, Los Ángeles, California (EE.UU.). EFE/Juan Carlos Cárdenas EFE/Juan Carlos Cárdenas Willian bem que se esforçou para furar a defesa equatoriana

A mística do Estádio Rose Bowl, palco do tetracampeonato mundial da seleção brasileira, não foi suficiente para levar o Brasil à primeira vitória na Copa América Centenário, neste sábado, pela primeira rodada do Grupo B. No empate por 0 a 0 diante do Equador, a equipe jogou bem e criou boas chances, principalmente no primeiro tempo, mas acabou beneficiada por um erro da arbitragem.

Aos 21 minutos do segundo tempo, Bolaños chutou cruzado da linha de fundo, Alisson aceitou e empurrou a bola para dentro do próprio gol. O auxiliar Carlos Astroza marcou saída de bola, mas as câmeras de tevê mostraram que a bola não havia saído totalmente. A torcida não perdoou a igualdade e vaiou as duas equipes.

Willian reafirmou a condição de principal referência técnica. Foram dele os passes para as melhores primeiras chances do Brasil, a principal delas aos cinco minutos, quando Phillippe Coutinho chutou em cima do goleiro Dreller, que fez uma defesa de cair o queixo.

Nome de destaque em todas as convocações de Dunga desde 2014, Willian mostrou ser eficiente na frente, para pensar o jogo, e também para organizar a saída da defesa. Ia e voltava. Ele tem um estilo discreto, simples, que destoa de sua cabeleira black, mas funciona como o centro da engrenagem. No final da etapa inicial, sofreu uma falta duríssima do volante Noboa, perdeu o vigor físico e acabou substituído no segundo tempo por Lucas Moura, que manteve o dinamismo da equipe.

Neymar, fora do torneio para tirar férias e jogar apenas a Olimpíada, estava nas arquibancadas do estádio. Acompanhado pelo ator norte-americano Jamie Foxx, o cantor Justin Bieber e o piloto inglês Lewis Hamilton, o brasileiro vibrou em alguns lances e arrancou aplausos quando apareceu no telão. Realmente em campo foram poucos os motivos para os 53 mil torcedores se exaltarem. No segundo tempo, a torcida se distraiu fazendo “olas” o tempo todo.

Willian foi o símbolo da evolução tática da equipe. Apesar de perder seis jogadores durante a preparação, Dunga aproveitou bem os dez dias de treinamento nos Estados Unidos. Mais leve com Casemiro à frente dos zagueiros e mais móvel do meio para frente, a seleção errou poucos passes e, além de tudo, mostrou jogadas ensaiadas, principalmente nas cobranças de escanteio. Willian (ele de novo) sempre levantava a mão para indicar a jogada a ser executada, como no vôlei.

O Brasil também mostrou que sabe sair de uma pressão na defesa. Os rápidos equatorianos vinham babando para roubar a bola, mas, em dois ou três lances, os zagueiros mostraram sangue frio e entrosamento para fugir das fungadas no cangote. As tabelas feitas na defesa, para sair do sufoco, também têm lá o seu charme e arrancaram aplausos da comportada torcida brasileira no Rose Bowl.

Nesse aspecto, Alisson teve também destaque antes de cometer a falha que comprometeu sua atuação. Ele atuou mais adiantado, quase como um líbero, com habilidade para começar o jogo. Da mesma forma.

O Brasil criava mais, mas em duas oportunidades pecou ao finalizar. Ou melhor, não finalizar. Na primeira, aos 26 minutos, Jonas tocou para Elias no pé esquerdo, mas o meia do Corinthians tentou de direita e pegou muito mal. Depois, aos 29, Jonas fez a enfiada para Coutinho, que demorou a definir e foi desarmado na área.

Por outro lado, o sistema se mostrou vulnerável aos contra-ataques. Em três momentos, o técnico Gustavo Quinteros pulou de raiva porque o time não conseguiu acertar o último passe. Líder das Eliminatórias sul-americanas para a Copa de 2018, o Equador tem uma ideia de jogo definida, mas peca pela falta de objetividade. O time poderia ter aproveitado os espaços deixados por Elias e a atuação apagada de Renato Augusto.

Entre as mudanças de Dunga, a mais importante foi a de Lucas Moura. A lição de casa, no entanto, é fazer com que o time não caia tanto na etapa final para conquistar sua primeira vitória na Copa América.

O Brasil voltará a jogar na próxima quarta-feira, às 20h30, quando vai encarar o Haiti, que perdeu na estreia para o Peru, próximo adversário do Equador, às 23h.

FICHA TÉCNICA:

BRASIL 0 x 0 EQUADOR

BRASIL – Alisson; Daniel Alves, Marquinhos, Miranda e Filipe Luis; Casemiro, Elias (Lucas Lima), Renato Augusto, Willian (Lucas Moura) e Phillipe Coutinho; Jonas (Gabriel). Técnico: Dunga.

EQUADOR – Dreer; Paredes, Achiller, Mina e Ayoví; Gruezo, Noboa, Montero (Martínez) e Antonio Valencia; Bolaños (Gaibor) e Enner Valencia (Jaime Ayoví). Técnico: Gustavo Quinteros.

ÁRBITRO – Julio Bascuñan (Chile).

CARTÕES AMARELOS – Casemiro, Elias, Gil (Brasil); Paredes,Enner Valencia e Jaime Ayoví (Equador).

RENDA – Não disponível.

PÚBLICO – 53.158 presentes.

LOCAL – Rose Bowl, em Pasadena (Estados Unidos).

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