Capitão do Palmeiras passa mal, dispara contra jogos matinais e teme “tragédia”
Os jogos às 11h têm atraído grandes públicos aos estádios no Campeonato Brasileiro e a ideia é considerada um sucesso, mas o lateral-direito Lucas fez duras críticas após a vitória do Palmeiras sobre o Flamengo, por 4 a 2, neste domingo. Ele passou mal no primeiro tempo e teve de ser substituído no intervalo pelo jovem Lucas Taylor.
-“As autoridades do futebol têm de ter mais responsabilidade. A temperatura estava muito alta, não existe isso. Tem que ter um pouco mais de respeito com os jogadores. Eles marcam os jogos e não perguntam nada aos atletas, que são os artistas do espetáculo. Outros jogadores reclamaram, o Prass disse que a pressão dele baixou quando foi comemorar o gol. É legal para a torcida, eles aproveitam o domingo, mas em campo atrapalha”, disse o camisa 32, capitão do Verdão.
“Você tem que evitar a fatalidade. Não pode deixar o atleta desgastado a ponto de acontecer alguma tragédia. Responsabilidade é a palavra para as pessoas que marcam jogo em um calor desse. Eu estava muito tonto, estava enxergando tudo muito embaçado, a ponto de me sentir muito mal, o corpo muito mole. Pensei que a qualquer momento poderia cair no gramado, uma sensação muito ruim. Não gosto de reclamar, não é minha maneira, mas hoje me atrapalhou, atrapalhou minha saúde. A temperatura estava muito alta e a gente acaba se sentindo mal. Hoje me senti”, acrescentou.
Este foi o terceiro jogo matinal do Palmeiras no Campeonato Brasileiro. Antes, a equipe havia perdido para Goiás e Atlético-PR, ambas por 1 a 0 e também no Allianz Parque. No Paulistão, foram outros dois: vitórias por 1 a 0 sobre o XV de Piracicaba e sobre o Botafogo-SP, também em casa. Neste domingo, a temperatura estava próxima dos 30 graus em São Paulo, e no gramado a sensação térmica era muito mais elevada. O técnico Marcelo Oliveira endossou a reclamação de Lucas.
“Pode ter sido uma ideia boa, o público comparece, mas é sacrificante. O Lucas saiu em função de ter passado mal, o Dudu também estava com problema, o próprio Arouca pediu para segurar. Às vezes você precisa fazer uma mudança tática ou técnica e precisa segurar”, disse o comandante.
“Precisamos rever essa situação, o Palmeiras tem que agir nos bastidores, porque é um horário que desgasta muito, porque está muito quente. Se fosse uma temperatura mais baixa, não teria problema nenhum. É um esporte, é saúde, você não pode brincar com a saúde do atleta. Os jogos são em alto nível. O torcedor e a imprensa estão do lado de fora e às vezes não sabem o quanto a gente corre, o líquido que a gente perde. Eu temo, sim. Hoje senti na pele. A qualquer momento, sentia que poderia desmaiar. Não é sacanagem. Senti na pela e temo por algo pior”, concluiu Lucas.
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