COI pede a Temer que impeachment não seja votado durante Olimpíada
O Comitê Olímpico Internacional (COI) pediu ao presidente interino, Michel Temer, que a votação do impeachment ocorra antes ou depois da realização dos Jogos Olímpicos, disse o CEO do Comitê Rio-2016, Sidney Levy. Segundo ele, a solicitação foi “informal” e teve como objetivo evitar que a atenção da população brasileira seja desviada das competições.
“Ele não pode fazer nada”, declarou Levy, referindo-se a Temer. “Ele disse que temos de seguir o protocolo. É uma pena. Quando vamos ter Jogos Olímpicos no Brasil de novo?”, perguntou nesta terça-feira em Washington. Levy viajou aos Estados Unidos para dar uma série de entrevistas à imprensa americana, que foram dominadas pela preocupação com o vírus zika.
“Nós rezamos para a que votação do impeachment aconteça antes dos Jogos. Se essa oração não for respondida, esperamos que aconteça depois dos Jogos. Nós pedimos ao presidente pessoalmente, mas é algo ele não pode controlar. Isso depende do Congresso, do Senado”, afirmou Levy durante evento sobre os Jogos Olímpicos na capital americana. “Nós adoraríamos que a população brasileira curtisse a Olimpíada.”
O CEO disse que todos os ex-presidentes foram convidados para a cerimônia de abertura dos Jogos, entre os quais a presidente afastada, Dilma Rousseff. Levy ressaltou que nenhum deles confirmou presença a até agora.
Em sua opinião, a incerteza em relação ao impeachment pode atrapalhar “um pouco” a participação de chefes de Estado de outros países no evento. Dos cerca de 95 que são esperados, pouco mais de 60 confirmaram presença na cerimônia de abertura dos Jogos. Levy espera que os Estados Unidos sejam representados pela primeira-dama, Michelle Obama, que foi a porta-voz oficial do Comitê Olímpico dos EUA no evento que iniciou a contagem regressiva de 100 dias para a abertura dos Jogos. “Não sabemos se ela vai. Só saberemos no dia”, afirmou.
Levy avaliou que há mais otimismo em relação às Olimpíadas dentro do que fora do Brasil. Essa foi uma das razões de sua viagem aos EUA, onde teve uma maratona de entrevistas na segunda-feira. Além de zika, as conversas foram dominadas pela declaração de estado de calamidade pelo governo do Rio e a precariedade da situação financeira do Estado.
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